Veja gols do Santos sobre o Botafogo pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro
Cariocas chegam a colocar três bolas na trave no primeiro tempo, mas são superados pelo Peixe na segunda etapa. Torcida se revolta contra Oswaldo de Oliveira
Em uma noite de dois tempos completamente diferentes, o Santos bateu o Botafogo no Engenhão por 2 a 0, na noite desta quarta-feira, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. O time da casa dominou completamente o primeiro tempo e colocou nada menos que três bolas na trave. Na segunda etapa, porém, o Peixe jogou no contra-ataque e chegou ao triunfo com gols de André e Miralles.
O Botafogo chegou ao sexto jogo sem vencer e o técnico Oswaldo de Oliveira está mais pressionado do que nunca no cargo. O treinador foi o alvo predileto dos xingamentos da torcida do Glorioso, que gritou palavras de ordem como "fora, Oswaldo" e "time sem vergonha". O Santos, que interrompeu uma série de três jogos sem vitória, chegou a 38 pontos, na 10ª posição. A equipe encara o Vasco no próximo domingo, na Vila Belmiro. Já o Botafogo segue com 40 pontos, provisoriamente na 8ª posição. O próximo desafio é contra o Grêmio, também no domingo.
BOTAFOGO PÕE TRÊS BOLAS NA TRAVE
A "Marcha Imperial", tema do filme "Guerra nas Estrelas", que tocou após a entrada do time em campo, tinha o intuito de animar a diminuta torcida que tinha ido ao Engenhão. Na verdade, os primeiros gritos de "Fogo" só foram ouvidos minutos após a bola rolar, mas o Alvinegro começou o jogo à toda, tocando a bola com velocidade e se aproveitando dos espaços deixados pela retaguarda santista.
Em um deles, Elkeson recebeu lindo passe de Andrezinho e ficou livre na cara de Rafael, mas chutou em cima do goleiro, gerando logo cedo a ira de uma torcida que não via o time vencer havia cinco partidas. Pouco depois, o maranhense teve outra oportunidade, mas dessa vez levou azar. Após um cruzamento da esquerda, o camisa 9 cabeceou à queima-roupa, mas a bola acertou a trave direita.
Ao Santos, restava recuar e apostar em algum bom toque de bola para avançar no campo, mas até isso era difícil. Desfalcado de Neymar, o Peixe praticamente observava o Glorioso em campo. Num jogo corrido como o desta quarta-feira, o astro da camisa 11 poderia até desequilibrar, mas o time da Baixada Santista pouco produzia. É clara a diferença entre um Santos com e sem Neymar.
O domínio do Botafogo era amplo, mas a sorte não ajudava nem um pouco. Elkeson ficou novamente livre na grande área e chutou mirando o ângulo de Rafael, mas acertou o travessão. Em um dos lances seguintes, Lucas correu pela direita e cruzou, mas a bola bateu em Bruno Rodrigo, indo na direção do gol. Quando a bola já entrava, o goleiro Rafael conseguiu tocá-la com a ponta dos dedos, e o balão voltou a beijar a trave. Desespero da incrédula torcida no Engenhão.
Nem Seedorf vivia um dia iluminado. Errando mais passes do que o normal, o camisa 10 teve uma grande chance no fim do primeiro tempo, após boa jogada individual de Jadson. O holandês chutou cruzado, rasteiro, mas a bola passou a centímetros da trave direita. Vendo o azar dos anfitriões, o Santos quase contou com a sorte em cobrança de falta de Bernardo, que quase encobriu Renan: o goleiro do Botafogo espalmou a escanteio.
Apesar do predomínio do time carioca, o Santos conseguiu segurar o 0 a 0 até o intervalo e, antes disso, o técnico Muricy Ramalho já tinha um plano traçado para a sequência do jogo. Colocou em campo o volante Henrique, que substituiu o meia Bernardo. Com o meio-campo pouco operante, a estratégia do comandante santista era justamente dar mais volume àquele setor.
SANTOS ENCAIXA CONTRA-ATAQUES E MATA O JOGO
A torcida botafoguense voltou bem mais ligada no segundo tempo e os times também. No entanto, foi justamente o Alvinegro carioca quem teve motivos para se lamentar já no começo. Fábio Ferreira torceu o tornozelo direito após jogada de ataque do Santos e ficou caído por alguns minutos. Apesar de ter saído de maca, continuou em campo, já que Oswaldo não tinha opções para o setor no banco de reservas.
E o Santos, tão pressionado na primeira etapa, começou a aprontar das suas. Em contra-ataque pela direita, Miralles avançou em velocidade e chutou para linda defesa de Renan, que pôs a escanteio. Mas, no lance seguinte, não houve choro, nem vela. Após desvio de Éwerton Páscoa no meio da área, Renan ficou no meio do caminho e André só teve o trabalho de desviar para o gol: Santos 1 a 0. Quem não faz, leva, Botafogo.
O apagão botafoguense teve continuidade e, antes que a torcida assimilasse o baque, saiu o segundo do Peixe. Após saída errada de bola, Felipe Anderson roubou a bola e deu lindo passe para Miralles. O argentino saiu na cara de Renan, que nada pôde fazer para evitar o tranquilo toque do camisa 11 para as redes. Santos 2 a 0, e o que se ouvia nas arquibancadas, agora, eram gritos de "time sem vergonha" para o Botafogo.
Errando coisas bobas, como passes curtos e lançamentos, o Alvinegro estava envolvido. Oswaldo de Oliveira não mexeu no time a princípio, talvez bolando alguma estratégia tardia para fazer a equipe reagir. Mas o Botafogo até que teve suas oportunidades. Em uma delas, novamente Elkeson desperdiçou boa chance, após cruzamento de Lucas e um chute de primeira para fora.
Já pressionado e acertando pouco, o Botafogo ainda recebia uma sobrecarga em sua defesa graças ao rápido ataque santista. André só não fez o terceiro do Peixe – em uma cópia idêntica do primeiro – porque Renan apareceu para defender por milagre, o que não conseguira anteriormente. E nem das arquibancadas poderia vir alguma esperança, já que os gritos de "Fora, Oswaldo" e xingamentos ao treinador e mesmo aos dirigentes era tudo que se escutava.
Oswaldo, enfim, mexeu no Botafogo, colocando em campo Vitor Júnior e Rafael Marques. Porém, as mexidas pouco surtiram efeito. O Santos só alterou seu ataque para descansar André e Miralles. Entraram Bill e Pato Rodríguez, que tocavam bem a bola e também davam perigo à defesa do time da casa. Os santistas ainda eram soberanos nos contra-ataques e assim permaneceriam até o fim do jogo. Agora, nem parecia que o Peixe estava desfalcado de Neymar.
A nova derrota empurra o Botafogo cada vez mais longe do G4 do Brasileirão, meta que já era considerada muito complicada pelos jogadores alvinegros antes do novo revés. Já chegando ao meio da tabela, o time pode ser superado pelo próprio Santos, que até algumas rodadas atrás, povoava o pelotão que estava pouco acima da zona de rebaixamento. Para que a noite ficasse ainda mais triste para os donos da casa, ouviram-se gritos de olé para o time santista. Vindos da torcida do Botafogo.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 0X2 SANTOS
Local: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 10/10/2012, às 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Wagner Reway (MT)
Assistentes: Guilherme Dias Camilo (MG) e Paulo César Silva Faria (MT)
Renda e público: R$ 60,545,00 / 2.986 pagantes
Cartões amarelos: Miralles, André e Rodríguez (SAN)
Cartões vermelhos: não houve
Gols: André, 9/2ºT (0-1); Miralles, 12/2ºT (0-2)
BOTAFOGO: Renan; Lucas, Dória, Fábio Ferreira e Márcio Azevedo; Jadson, Gabriel, Fellype Gabriel (Vitor Júnior, 29/2ºT), Seedorf e Andrezinho; Elkeson (Rafael Marques, 26/2ºT). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
SANTOS: Rafael; Éwerton Páscoa, Bruno Rodrigo, Durval e Gerson Magrão; Adriano, Arouca, Felipe Anderson e Bernardo (Henrique, 37/1ºT); Miralles (Rodríguez, 36/2ºT) e André (Bill, 26/2ºT). Técnico: Muricy Ramalho.
LANCENET
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