Primeiro brasileiro a encarar Jon Jones diz que luta o fez acordar para a vida
Segundo adversário da carreira de "Bones", lutador de 34 anos afirma que não seria merecedor se vencesse o duelo em 2008, mas, se a luta fosse hoje, tentaria finalizar
Carlos Eduardo “Cachorrão” foi o primeiro brasileiro a enfrentar um dos melhores lutadores da atualidade. Segundo adversário da carreira de Jon Jones, o atleta da Dragon Fight/Nova União de Fortaleza deu mais uma vitória para o americano e conheceu sua segunda derrota em quatro lutas.
Exatos sete dias depois da estreia de “Bones” no MMA, Carlos Eduardo entrou no octógono do Battle Cage Xtreme 4 para enfrentar o americano. Sem conhecer muito bem o adversário de apenas 19 anos e que aceitou a luta com três dias de antecedência, o brasileiro contou ao Combate.com por telefone que não seria merecedor de uma possível vitória.
– Não esperava vencer porque eu estava parado há bastante tempo (dez meses) e vinha de problemas pessoais. Lutei pela grana e seria desonestidade se eu ganhasse porque o garoto vinha treinando, com uma boa preparação e tinha um sonho. Sempre comento que se eu tivesse ganhado aquela luta seria uma grande injustiça. O mérito foi total dele.
Na opinião do lutador de 34 anos, somente Glover Teixeira e Alexander Gustafsson seriam páreos ao ex-campeão. Segundo ele, se tivesse a oportunidade de enfrentar Jones novamente, o duelo se desenrolaria de maneira diferente. Na opinião do brasileiro o resultado seria outro porque se tornou um atleta profissional.
– Eu estou bem de cabeça e de espírito. Evoluí bastante no wrestling, que eu não tinha base nenhuma, além do boxe e do jiu-jítsu sem quimono, que está espetacular agora. Se eu não ganhasse essa luta faria com que fosse difícil para ele. Não ia respeitar dentro do octógono, não. Se eu tivesse oportunidade de colocar para baixo iria finalizar.
Mesmo tendo sido o primeiro brasileiro a enfrentar o número um do ranking peso-por-peso do UFC, Eduardo não se orgulha de ter encarado o americano porque saiu derrotado. Porém, ter sido nocauteado por “Bones” aos 24 segundos do terceiro assalto teve seu lado positivo. A partir da derrota, “Cachorrão” engatou nove vitórias seguidas e só voltou a perder seis anos depois.
– Aquilo foi o despertar. Eu estava no fundo do poço, tive que passar por várias coisas ruins para poder acordar e aquela foi a prova de que poderia voltar a lutar. Foi aquela luta que me impulsionou a retomar a vida de atleta. Acho que eu precisava passar por tudo isso pra ver que queria ser um lutador – disse o brasileiro, que afirmou ter passado por problemas semelhantes aos de Jon Jones, como ser dependente químico.
Carlos Eduardo lutou três vezes no Belattor, entre outubro de 2013 e junho de 2014, sendo uma vitória e duas derrotas. Na opinião dele, a ausência do jiu-jítsu em sua estratégia, o que considera sua essência, e a vontade de ficar na luta em pé foram as razões pela qual não conseguiu continuar na organização.
O retorno ao que tem de melhor rendeu ao “Cachorrão” dois triunfos em suas duas últimas lutas, por chave de braço. Apesar de não ser contratado pelo UFC, o atleta se colocou à disposição da organização para substituir um meio-pesado de última hora em Curitiba.
– Espero que nenhum atleta da minha categoria se machuque, mas passei para o Dedé Pederneiras (treinador da Nova União) que se precisar de um meio-pesado na época do UFC 198, eu estarei à disposição. Se isso não acontecer eu vou continuar trabalhando para o que aparecer. Uma coisa que meu pai sempre fala é: “Cavalo selado só passa uma vez”. Tenho continuado a treinar como se fosse lutar a qualquer momento. Para pegar ritmo de competição vou ficar fazendo lutas no jiu-jítsu.
Sportv
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