Pressionado, Dunga critica mudanças de técnicos
"A gente gosta de mudar de treinador, mas cadê nossas convicções?", disse o comandante da Seleção em evento na CBF
O técnico da seleção brasileira, Dunga, criticou nesta segunda-feira as constantes mudanças de treinador no futebol do Brasil e defendeu seu trabalho à frente da equipe nacional. Falando a um público formado principalmente por treinadores e dirigentes de federações do país, Dunga afirmou que a cultura da mudança não pode se restringir ao campo de jogo e foi taxativo: “Nós não queremos ter razão, nós queremos ganhar”.
O treinador foi o primeiro a palestrar no evento “Somos Futebol – Semana de Evolução do Futebol Brasileiro”, que está sendo realizado na sede da CBF. Dunga falou por cerca de 30 minutos, período em que apresentou o trabalho que vem sendo desenvolvido na entidade e, principalmente, à frente da Seleção.
Pressionado pela campanha ruim do Brasil nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2018 – a Seleção é apenas a sexta colocada, com nove pontos em seis rodadas –, o técnico fez um paralelo com a fase de classificação ao Mundial de 2010, quando ele também comandou o Brasil. Dunga lembrou que, daquela vez, o Brasil chegou à sexta rodada com a mesma pontuação de agora. Na ocasião, o time brasileiro acabou se classificando em primeiro.
“A gente gosta de mudar de treinador, mas cadê nossas convicções?”, questionou o técnico. “Todo mundo quer mudança, mas só falam de mudança dentro de campo. Todo mundo tem que mudar.”
Para ele, a pressão da tabela pode ter um lado positivo. “Você forma um grupo vencedor nas dificuldades. Ele fica cascudo”, defendeu, apontando ainda para a falta de experiência do grupo. Segundo Dunga, dos 35 jogadores que já foram convocados para os jogos das Eliminatórias, apenas Daniel Alves, Miranda e Filipe Luís já estiveram em campo por essa fase de classificação anteriormente. “Solução para hoje não tem. Parece que nós sempre nos classificamos (para a Copa) com facilidade, e não foi assim. Nossas classificações sempre foram com dificuldades.”
O técnico também criticou o que chamou de “paternalismo em excesso” de alguns treinadores. Ele se referia àqueles conhecidos como “paizões” entre os atletas. “Eu tenho que ser pai em casa, com meus filhos. Aqui eu tenho que ser profissional. Tenho que respeitar, tratar bem, saber que o jogador tem problemas, mas acima de tudo eu tenho que ter profissionalismo. Tenho que tratar como homens”, afirmou Dunga.
“É preciso hierarquia com diálogo, não só com os jogadores, mas com todos os setores que trabalham com o esporte. A ideia tem que ser mais importante que o indivíduo. Nós temos que ganhar.”
band
Leia mais notícias no www.diarioesportivo.com.br, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário