Após medalha, atleta militar italiana assume homossexualidade
A homossexualidade ainda é um dos grandes tabus da Itália, um país bastante conservador e marcado pela influência constante do Vaticano
A italiana Rachele Bruni, segunda colocada na maratona aquática dos Jogos Olímpicos Rio 2016, dedicou a conquista a sua namorada, Diletta, tornando-se a primeira medalhista do país em Olimpíadas a declarar sua homossexualidade.
“Dediquei minha prata inclusive a Diletta. Eu nunca falei sobre isso abertamente, mas também nunca me preocupei com preconceitos. Eu vivo minha vida com naturalidade”, disse Bruni, explicando por que nunca havia falado sobre sua companheira.
Ao lado da mãe da nadadora, o casal foi recebido na noite desta segunda-feira (15) na Casa Itália, sede da nação da bota durante os Jogos do Rio, cumprindo um ritual reservado a todos os atletas de destaque da delegação azzurra.
“Dizem que precisamos de coragem? Não sei, só sei que foi natural pensar na minha Diletta, e não nos preconceitos das pessoas”, acrescentou a medalhista, que tem 25 anos, é natural de Florença e treina no Centro Esportivo Olímpico do Exército. Militar, ela também ostenta a patente de cabo-mor.
“Ela só disse que era para mim, sem falar mais nada. É isso que eu gosto nela: é direta, espontânea, natural”, contou Diletta, que faz crowdfunding para ONGs que atuam em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. Já a mãe da maratonista, Bruna, afirmou que o importante é a felicidade de sua filha, “independentemente do caminho que ela tome”.
“Às vezes, a hipocrisia é uma arma para se proteger. Mas nós sempre amamos os nossos três filhos. A única coisa que me fez mal foi vê-la partir para Roma”, acrescentou. Bruni conquistou a medalha de prata na maratona aquática de 10 km após a desclassificação da francesa Aurélie Muller, que se apoiou na italiana na linha de chegada.
A holandesa Sharon van Rouwendaal ficou em primeiro lugar, enquanto a brasileira Poliana Okimoto levou o bronze.
Preconceito
A homossexualidade ainda é um dos grandes tabus da Itália, um país bastante conservador e marcado pela influência constante do Vaticano, coração da Igreja Católica.
Recentemente, o Parlamento conseguiu, após meses de debates, aprovar um projeto que permite a união civil de casais gays, mas para isso teve de remover do texto um artigo que também estendia aos homossexuais o direito à adoção.
Ainda assim, a lei tirou a Itália da incômoda posição de único país da União Europeia a não permitir a união civil gay. (ANSA)
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