Pai de Alan Ruschel viaja à Colômbia: “Só quero ver meu filho bem”
Flávio Ruschel e mais dois familiares de vítimas em Medellín embarcam nesta madrugada. Segundo ele, filho será operado para não perder movimentos das pernas
Flávio Ruschel viveu as horas mais desesperadoras de sua vida nesta terça-feira. Pai do lateral-esquerdo Alan Ruschel, um dos seis sobreviventes na tragédia do voo da Chapecoense que deixou 71 mortos na Colômbia, Flávio foi sozinho ao Aeroporto Internacional de Guarulhos em busca de informações e notícias do filho.
– A situação é de quase desespero, muita ansiedade, muita preocupação, dificuldade para ter notícias. Essa situação ainda se prorroga. As notícias que vêm são desencontradas. Mas muito feliz de saber que ele está vivo e muita pressa de vê-lo e saber como ele realmente está. Acho que não vou dizer nada, vou abraçá-lo e chorar muito – disse o pai de Alan Ruschel.
Flávio iria em um voo fretado organizado pela CBF para parentes e amigos das vítimas reconhecerem os corpos na Colômbia. O voo foi cancelado, mas a entidade reservou assentos para três familiares em um avião de carreira: além do pai de Alan, viajam Amanda Machado e Jorge Machado, esposa e sogro do lateral Dener Assunção. O voo parte na madrugada desta quarta, às 2h30 (horário de Brasília).
Ainda de acordo com Flávio Ruschel, Alan não corre risco de perder os movimentos dos membros inferiores – esta informação ainda não é confirmada pelos médicos. A família tem um amigo repassando informações no hospital Somer, em Rionegro.
– Temos um amigo da família lá no hospital que nos passa informação. Falaram de uma questão de fratura em tíbia, fratura na bacia, de um médico dando entrevista que o Alan já tinha sido operado. Minha filha entrou em contato com a pessoa, que fala com a diretora do hospital, e a informação é de que o Alan ainda não tinha sido operado, está sendo operado agora. Fala-se da fratura numa vértebra, e operação por questão de segurança para não correr o risco de perder o movimento das pernas. Ainda não há confirmações – disse Flávio.
Veja o depoimento do pai de Alan Ruschel:
“Ele estava feliz, o grupo estava feliz. Tive a oportunidade de encontrá-los em Porto Alegre, antes da partida contra o Grêmio, conversei com o Alan no hotel, com vários jogadores, Follmann, Danilo. É um grupo muito bom, feliz, aproveitando e vivendo o momento. Um momento único. Eu venho acompanhando tudo desde a madrugada, acompanhava uma estação de TV e a Rádio Gaúcha, que tinha as informações e estava em contato com um repórter na Colômbia. Durante o dia, fui acompanhando várias notícias. E agora, está tudo desencontrado.
Por isso vou lá, por isso quero ir para lá e ver qual é a situação. Eu vou resumir. Desde que eu soube da notícia, em nenhum minuto, nenhum minuto, eu imaginei meu filho sem vida. Nenhum. À medida em que as notícias iam chegando, em nenhum minuto eu via o grupo sem vida. O que eu pensava era que em algum momento eles estariam resgatando as primeiras pessoas, depois as outras, que seria apenas um pouso forçado sem vítimas. Depois disso tudo, até pelas coisas que aconteceram… Nem consigo me por no lugar dessas famílias, dessas pessoas envolvidas. Não tem como ter o sentimento. A única coisa que penso é em ver meu filho bem. A impressão que tenho é de que vou chegar no hospital, vou vê-lo, ele vai olhar para mim e dizer: ‘Estou bem, vamos embora daqui’.”
Leia mais notícias no www.diarioesportivo.com.br, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário