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Calor, distância e campo ideal: o palco do último ato colorado pela Série A

Colorado encara o Fluminense no Giulite Coutinho, casa do América-RJ, em seu último jogo para evitar o primeiro rebaixamento de sua história, no domingo

Por Henrique

10/12/2016 às 13h19 • atualizado em 10/12/2016 às 09h35

Sasha (Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)

O Fluminense escolheu e até reformou o Giulite Coutinho para fazê-lo virar sua segunda casa, numa alternativa ao Maracanã, cedido aos Jogos do Rio em 2016. Acabou por transformá-lo também no palco de um dos maiores jogos da história do Inter. Neste domingo, o Colorado decide diante do Flu sua permanência na Série A, na 38ª rodada do Brasileirão. Na luta contra o primeiro rebaixamento de sua história, o Colorado terá de superar ainda algumas condições adversas, como o calor e o deslocamento até o estádio de Edson Passos, em Mesquita, no subúrbio do Rio de Janeiro.

Um estádio acanhado e modesto, bem distante das arenas modernas que costumam ser palco dos duelos na elite nacional, até por abrigar, normalmente, os jogos do América, pela 2ª divisão carioca. Mas que é mantido em boas condições graças ao zelo dos responsáveis, mas também pela parceria firmada com o Fluminense. Para mandar os sete jogos em que atuou no estádio ao longo do ano, o Flu desembolsou um valor próximo de R$ 2 milhões, investidos em melhorias no gramado e na estrutura de imprensa e para os torcedores no estádio.

edson passos fluminense gramado (Foto: Mobilização Tricolor)

Estádio Giulite Coutinho receberá a decisão do Inter contra o Fluminense (Foto: Mobilização Tricolor)

Entre as reformas, uma até gerou um envolvimento no mínimo inusitado. O ex-assessor de imprensa do clube, Raffael Tamburini chegou a atacar de “marceneiro” e “projetista” para concluir a tribuna para a imprensa, num estádio relativamente novo.

Giulite Coutinho foi inaugurado em janeiro de 2000, com o nome do ex-presidente americano e da CBF, responsável por dar a largada e até financiar parte da obra, inicialmente prevista para ter um segundo anel que nunca saiu do papel. Atualmente, o estádio de Edson Passos – chamado assim pela proximidade com a estação de trem – tem capacidade para 15 mil pessoas.

Neste domingo, porém, abrigará no máximo 12 mil torcedores, dos quais, 1,2 mil colorados. Torcedores que serão bem recebidos em Mesquita, garante o presidente Léo Almada. O mandatário assegura que o América deixa o Giulite Coutinho de “braços abertos” para receber o “coirmão” Inter, numa alusão às cores idênticas dos dois clubes.

– Está tudo certo. O gramado é um dos melhores do país. Ficou uma beleza, graças ao Fluminense, que o colocou em perfeito estado. O estádio está esperando de braços abertos o Inter, que é uma alegria muito grande pro América, apesar de não ser o jogo contra o clube, recepcionar o coirmão, de camisa igual. O Fluminense tem dado sorte aqui no nosso estádio, mas espero que a sorte saia para os dois – garante o presidente, em entrevista ao GloboEsporte.com.

Apesar do clima receptivo, o emblemático último ato dos colorados na luta contra a degola não apresenta um caminho muito amistoso. Instalado em Copacabana, o Inter terá de percorrer cerca de 40 quilômetros, num trajeto de 50 minutos até chegar ao estádio, situado bem próximo de uma área de classe baixa do bairro de Cosmorama, em Mesquita.  Ali, o calor e o ar seco serão dois adversários do Colorado.

– É um estádio no subúrbio. Já joguei na rua Bariri no sábado de Carnaval, às 13h. Até coloquei protetor. Foi a pior coisa da minha vida. Fiquei 20 minutos sem enxergar nada. Já tenho essa experiência. Já joguei no Giulite Coutinho, um Fluminense contra o América. Não tem a brisa do Maracanã. São situações difíceis, mas o clima é para todos. Nosso verão é forte, também. Queremos uma equipe forte para terminar forte – avalia o técnico Lisca.

Pesa ainda contra o Colorado o bom retrospecto do Fluminense em sua “segunda casa” em 2016. O Flu atuou nove vezes no Giulite Coutinho, com seis vitórias, um empate e duas derrotas – aproveitamento de 70,3%. Em contrapartida, a equipe não atua em Edson Passos desde 17 de outubro, quando foi derrotada pelo São Paulo por 2 a 1, o que gera desconfianças acerca das condições do gramado, ainda que a diretoria americana garanta boas condições de jogo.A

Giulite Coutinho (Foto: Celso Pupo/Divulgação)

A tribuna de imprensa do Giulite Coutinho (Foto: Celso Pupo/Divulgação)

– O campo de jogo está em excelente estado, assim como os vestiários e a estrutura para a entrada de torcedores – garante o diretor de futebol Marco Antônio Teixeira.

O duelo Com o Fluminense, que vale a permanência do Inter na Série A ocorre às 17h do próximo domingo, no Giulite Coutinho, em Mesquita, no subúrbio do Rio de Janeiro. O Colorado ocupa a 17ª colocação na tabela, com 42 pontos – dois a menos que o Sport, 16º, e a três do Vitória, 15º.

Para evitar o primeiro rebaixamento de sua história, o Inter precisa vencer o Fluminense e torcer por um empate dos pernambucanos com o Figueirense, na Ilha do Retiro. Neste caso, as duas equipes chegariam aos mesmos 45 pontos, mas o Colorado levaria vantagem no saldo. Há chances ainda de ultrapassar o Vitória, numa combinação mais improvável, que envolve livrar a diferença de cinco gols no saldo. Os baianos recebem o já campeão Palmeiras em casa.

GLOBO ESPORTE

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