Em estréia, técnico garante Bruno titular mesmo após cometer pênalti: “Tem meu respaldo”
Segundo Julinho Camargo, goleiro teve uma boa atuação: "Mereceu a oportunidade de voltar a jogar hoje e vai continuar tendo esse respaldo da minha parte"
A volta de Bruno ao futebol profissional e a estreia com a camisa do Boa Esporte foi marcada pelo pênalti cometido pelo goleiro, que acabou no empate do time em 1 a 1 com o Uberaba pelo Hexagonal Final do Módulo 2 do Campeonato Mineiro. Mesmo assim, após a partida, o técnico Julinho Camargo garantiu que o arqueiro continua na equipe titular na sequência do campeonato.
– A minha relação com o Bruno é uma relação ótima, de treinador e jogador. Ele está trabalhando muito forte, está trabalhando bem, mereceu a oportunidade de voltar a jogar hoje e vai continuar tendo esse respaldo da minha parte.
O lance aconteceu aos oito minutos do segundo tempo, quando o Boa Esporte vencia a partida por 1 a 0. O atacante Bruno Henrique invadiu a área e foi derrubado por Bruno, que não acertou o tempo de bola. Na cobrança, veio o gol de empate. Mesmo assim, Camargo acredita que o goleiro estava pronto para a reestreia.
– Ele estava preparado, se não estivesse, não teria jogado. Ele fez um jogo regular. É um jogador que tem potencial para muito mais. Mas se a gente pensar, foram poucas bolas a gol, foram duas três bolas, e ele foi tranquilo em todas elas. E no pênalti, eu estava longe, mas é uma situação muito difícil, o atacante entra em velocidade. E acho que ele foi bem.
O jogo marcou o retorno de Bruno após quase sete anos. O jogador havia sido preso em 2010 e foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio e por sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. No fim de fevereiro, foi solto por determinação de uma liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que o jogador poderia aguardar em liberdade o julgamento do recurso que entrou em 2013. Ele pode voltar à prisão, caso o recurso seja negado em sessão no dia 19 de abril.
O Boa Esporte, no entanto, evita falar sobre o tema. Entre jogadores e comissão técnica, os comentários se resumem a analisar apenas o “Bruno goleiro”, o “Bruno jogador”. Capitão da equipe, o experiente volante Radamés, ex-Fluminense, não quis comentar o assunto.
– Quem tem que responder isso aí é a Justiça. Não cabe a mim perguntar se ele cumpriu ou não a pena. Eu estou falando do Bruno goleiro, o Bruno atleta, o Bruno que o Boa Esporte contratou porque podia ser contratado. Então, dentro do campo, eu vou poder falar do Bruno. Agora fora, o que ele fez, o que ele deixou de fazer, se a Justiça liberou, se não liberou, se ele cumpriu a pena, se não cumpriu, não cabe a mim falar sobre isso – disse Radamés.
– Esse aspecto não é da minha alçada. Esse é um problema que foge a mim. Eu, como treinador, me preocupo com o que meus atletas fazem dentro do treinamento, como eles se preparam para disputar a posição – afirmou também o técnico Julinho Camargo.
Radamés, entretanto, comentou a atuação do goleiro neste sábado. Além disso, falou também da relação que Bruno tem com os demais jogadores do elenco. Após o gol sofrido pelo Boa Esporte, foi o volante quem buscou a bola e disse as primeiras palavras ao goleiro.
– O Bruno é igual o Luan [Polli, goleiro que foi para a reserva]. A gente olha para trás, vê o Bruno no gol, e ele te passa uma segurança muito grande pra gente. É lógico que ele ainda não está no ideal, na sua melhor forma física, como todo o grupo. A gente teve um início meio conturbado – explicou o volante. – A gente se trata muito bem, a gente dá força para ele, a gente se cobra como a gente cobra da mesma maneira que cobra os outros jogadores. Então os jogadores se dão muito bem com o Bruno, o Bruno se dá bem com todo mundo. Acho que essa parceria aí dentro do campo é o que vale – completou.
O Boa Esporte volta a campo na próxima quarta-feira (12), às 20h, quando enfrenta o Patrocinense no estádio Júlio Aguiar, em Patrocínio (MG).
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