Paraibano se apega a sua última chance de ir ao Mundial de Atletismo Paralímpico
Cícero Valdiran foi quarto colocado no arremesso de dardos na Paralimpíada do Rio, em 2016, e agora busca o índice para o Campeonato Mundial, que vai ser disputado em Londres, em julho.
As lembranças dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, no ano passado, ainda estão marcadas na pele do paraibano Cícero Valdiran. Ele ficou em quarto lugar no lançamento de dardos (na categoria F57) e tatuou no braço esquerdo o símbolo da Rio 2016. O bom resultado, no entanto, já ficou no passado, e o paratleta se prepara agora para buscar o índice que o permita disputar o Mundial de Atletismo Paralímpico, marcado para o mês de julho, em Londres.
Natural de Igaraci, no Sertão da Paraíba, Cícero Valdiran tem treinado intensamente para atingir seus objetivos. E o paraibano tem apenas mais uma chance de conseguir a vaga no Mundial. No início de junho, ele vai disputar o Circuito Brasil, em São Paulo. Mas a missão é bem complicada.
Cícero precisa conseguir a marca de 44m38cm, uma distância que, se ele tivesse atingido na Rio 2016, lhe renderia a medalha de prata. Nos treinos, ele tem chegado à casa dos 43m.
– É um nível muito alto. Mas não é só para Cícero. É para todos os atletas brasileiros. E temos que usar de tudo o que a gente tem no treino para dar condição de ele fazer essa marca, que não é impossível – avaliou o técnico do paraibano, Pedro Almeida.
Ciente das dificuldades, Cícero mantém o otimismo e a determinação na busca pela meta.
– Enquanto houver 1% de chance, a gente está batalhando para tentar esse resultado.
Desde o início de 2016, Cícero Valdiran compete na categoria F57, na qual ele precisa estar sentado numa cadeira no momento dos arremessos dos dardos. Antes disso, ele disputava na F43, na qual o arremesso é feito de pé. Na F57, a dificuldade aumenta.
– Dizem que, quando se lança em pé, 60% do lançamento vem das pernas. E aqui eu estou preso. Só uso do tronco para cima. A dificuldade de lançar aqui é muito grande, mas, graças a Deus, a gente se adaptou bem.
Atingir uma marca digna de prata na Paralimpíada e conseguir isso em uma categoria que lhe traz mais dificuldades do aquela na qual ele competia até bem pouco tempo não são as únicas metas que Cícero quer atingir.
Ele quer chegar ao Campeonato Mundial e, se tiver sucesso nesse objetivo, vai estar dando um grande passo para estar na próxima Paralimpíada, em Tóquio.
– Quem não vive nesse meio pensa: “Ah, Tóquio 2020, daqui a praticamente quatro anos, está distante”. Mas para a gente não. A gente já está treinando e vamos ter que focar porque três anos passam rapidinho e a gente está querendo chegar lá bem. Em 2016, foi um quarto lugar e, se Deus quiser, em 2020, a gente vai sair de lá com uma medalha de ouro – sentenciou o paraibano.
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