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2º lugar em competição de nível nacional, jovem da zona rural de Cajazeiras clama por apoio ao atletismo na cidade – VÍDEO!

Além da dificuldade em adquirir equipamentos, os atletas amadores de Cajazeiras não têm um local adequado na cidade para treinar

Por Jocivan Pinheiro

03/07/2017 às 15h24 • atualizado em 03/07/2017 às 20h59

Mesmo com quase nenhum apoio do poder público e nem patrocinadores oficiais, o atleta cajazeirense Carlos Kennedy, que reside no sítio Cantinho, na zona rural do município, conseguiu mais uma vez superar as dificuldades e terminou em segundo lugar numa das principais provas de atletismo do Brasil, a Corrida do Fogo, que é realizada há 13 anos em Campina Grande.

A Corrida do Fogo tem esse nome porque foi criada pelo Corpo de Bombeiros de Campina Grande para comemorar o dia nacional da profissão, mas logo se tornou um evento esportivo nacional porque também conta com atletas profissionais que disputam grandes corridas pelo Brasil. Esta é a segunda vez que Carlos Kennedy chega entre os três primeiros (ano passado ele também foi 2º colocado).

“Graças a Deus estou muito feliz por poder estar praticando esse esporte que só traz saúde e alegria para mim. É um esporte que, se a gente tivesse um apoio maior, poderia resgatar muita gente que vive pela rua usando drogas, fazendo coisas erradas, porque só vem trazer saúde para quem pratica e ocupa a mente”, ressalta o jovem.

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Carlos Kennedy mora no sítio Cantinho, em Cajazeiras

Mas para viajar e competir com o mínimo necessário não é fácil, principalmente porque em Cajazeiras o atletismo quase não tem apoio. A fim de amenizar essa situação, atletas amadores fundaram a ASCAT (Associação Cajazeirense de Atletismo), da qual Carlos Kennedy faz parte e a quem dedica grande parte dos seus agradecimentos.

Além do apoio da ASCAT, a Prefeitura de Cajazeiras, através da Secretaria de Esportes, também ajudou. Mas na volta à sua terra, a realidade vem à tona novamente. Carlos Kennedy tem dificuldade de conseguir material básico para treinar e competir, como tênis, por exemplo.

“Eu tenho ajuda de vários amigos que eu considero como pessoas da família porque sempre estão comigo. Hoje eu estou aqui através deles. É um pessoal que tira do bolso deles para me ajudar para que eu possa estar praticando esse esporte. Eu estou nas mãos dos amigos”, relata o atleta.

Troféu da Corrida do Fogo

Além da dificuldade em adquirir equipamentos, os atletas amadores de Cajazeiras não têm um local adequado na cidade para treinar, por isso muitas vezes arriscam até a vida correndo às margens das estradas, dividindo o espaço com carros que passam em alta velocidade.

“A gente sabe das dificuldades, mas é em cima dessas dificuldades que eu me levanto, porque Deus está lé em cima olhando para mim e dando força para que eu siga lutando, e eu vou lutar até o fim.”

Apesar do potencial que tem para se tornar um atleta de renome e bem sucedido, Carlos Kennedy diz que trocaria fama e dinheiro por apoio ao esporte em Cajazeiras.

“Eu não quero uma ajuda para mim, mas sim para todos que fazem a prática desse esporte na cidade, para que a gente possa resgatar mais pessoas. Eu não quero ser reconhecido como um atleta famoso e nem que alguém venha me dar dinheiro. Eu quero que consigam ajuda para todos, porque é muito difícil praticar esse esporte sem ajuda.”

DIÁRIO DO SERTÃO

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