Torcedora cruzeirense que mora em João Pessoa eterniza na pele a data do penta na Copa do Brasil
Raisa Guglielmi é fanática pela Raposa desde 1996, ano da segunda conquista da competição pelo clube mineiro. Em sua primeira visita ao Mineirão, 21 anos depois, acompanhou o quinto título celeste
Páginas heroicas imortais”. Esse trecho do hino do Cruzeiro resume bem a semana de uma torcedora que foi do Nordeste ao Sudeste para apoiar o clube do coração na busca do pentacampeonato da Copa do Brasil. Raisa Guglielmi é catarinense, mas vive em João Pessoa desde a sua infância. Foi em1996, que a garota descobriu o seu amor pelo lado azul de Belo Horizonte. Vinte e um anos depois, ela fez sacrifícios para acompanhar pela primeira vez a sua equipe no Estádio Mineirão. E, coroada com a quinta estrela da competição, a fanática cruzeirense decidiu eternizar a marca da conquista.
Aos 26 anos, Raisa conta que decidiu tatuar a data do pentacampeonato da Copa do Brasil em sua pele por causa dos sacrifícios que fez para chegar ao Mineirão e se juntar aos 56 mil torcedores presentes na vitória sobre o Flamengo nas penalidades, na última quarta-feira.
– Foi tudo muito suado. Eu abdiquei de tanta coisa para conhecer o Mineirão logo numa final de campeonato. Sou recém-formada, ainda sem emprego. Tive que vender muita coisa, incluindo meu ingresso do Rock in Rio nas vésperas do show do Offspring, que sou fã. Então, o jogo da maneira que foi, o tão sonhado título… tudo marcou demais.
A história de Raisa com o Cruzeiro começou também numa conquista de Copa do Brasil. Foi em 1996, quando a Raposa chegou ao bicampeonato da competição, ao vencer o Palmeiras na decisão. Naquela época, ainda criança, a jovem se apaixonou pelo time ainda durante as quartas de final, contra o Corinthians. Desde então, a sua vida não foi mais a mesma.
A nova tatuagem é só mais uma prova de amor de Raisa ao Cruzeiro. A jovem já possuía duas outras: uma do escudo e outra da raposa, o mascote cruzeirense. Além disso, os seus fios de cabelo também são em homenagem aos mineiros. Ela explica que cada marca tem a sua história.
– A tatuagem do escudo foi a primeira, feita em 2009. Naquele ano, o título da Libertadores bateu na trave (derrota para o Estudiantes por 2 a 1 em pleno Mineirão). Já a da raposa foi no ano passado. Assim que vi esse novo design do mascote, me apaixonei e quis logo tatuar. Sobre o cabelo, desde os meus 15 anos que pinto de azul. Passei alguns intervalos sem ele, mas, no geral, sempre tenho azul na cabeça – relembrou a torcedora da Raposa.
E sobre o clima inédito de estar prestigiando o seu time numa final de campeonato, Raisa confessou que a emoção tomou conta desde a chegada ao estádio, quando passou pela catraca do Mineirão para assistir ao jogo mais importante do Cruzeiro na temporada. Foi o primeiro título nacional da equipe depois do bicampeonato do Brasileirão, há três anos.
– A ficha demorou a cair. Ao entrar no estádio, eu me arrepiava a cada segundo. Cantei emocionada todas as canções. A cada chegada do Flamengo, eu sentia o coração saindo pela boca. Mas eu sempre acreditei, e a força da torcida do Cruzeiro é muito impressionante, move o time. Diante das dificuldades da partida, eu segurava com força o meu pingente do time, rezava, fazia promessas, implorava. Foi tudo maravilhoso!
Raisa ainda revelou que o jogo contra o Flamengo tinha um ingrediente a mais. É que todo o restante dos seus familiares é de torcedores do Rubro-Negro. E, numa família em que quase todos esperavam o tetracampeonato do clube carioca, o ponto fora da curva, o lado azul representado pela garota, é que saiu vitorioso.
Ainda na capital de Minas Gerais, Raisa curte o clima pós-conquista da Copa do Brasil. A torcedora espera que o clube repita o feito de 21 anos atrás, quando venceu a competição nacional e, no ano seguinte, em 1997, faturou a sua segunda Copa Libertadores.
Questionada sobre uma possível nova loucura pela Raposa, Raisa nem pensa duas vezes, mas adianta que vai precisar abrir mão de mais coisas. No entanto, garante que, pelo Cruzeiro, faz até o impossível para escrever novas “páginas heroicas e imortais”.
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