Paraibano viaja mais de 2 mil quilômetros para participar das eleições no Vasco
Jonata Silva saiu de Santa Rita, na região metropolitana de João Pessoa, e participou da eleição em São Januário. Ele confia em vitória de Júlio Brant na Justiça e brinca com repercussão da aventura
Foi com o rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2013 que o vascaíno Jonata Silva sentiu a necessidade de fazer algo pelo clube. Resolveu se associar, participar da vida política de São Januário. Queria ter o direito de votar em alguém que representasse a sua vontade de mudar a realidade do time do coração. A ideia era participar da eleição no ano seguinte.
Mas a viagem era cara e precisaria ser planejada. Afinal, além dele, a esposa Kátia Nascimento também viajaria para o Rio de Janeiro. Jonata não conseguiu juntar dinheiro suficiente para sair da Paraíba e votar em São Januário. Só três anos depois, em 2017, ele conseguiu completar o projeto: enfim, deu o seu voto na eleição do clube.
Jonata e sua família foram ao ginásio de São Januário, na última segunda-feira, participar de um dos pleitos mais concorridos da história recente do Vasco. Um vídeo do eleitor, falando sobre os 2.324 quilômetros percorridos apenas para votar, viralizou entre os vascaínos nas redes sociais, admirados pela atitude do torcedor. Na gravação, ele também enaltece Edmundo, ídolo cruzmaltino e apoiador de Júlio Brant nas eleições do clube.
– Eu te amo, Edmundo. Você é um destruidor de mulambos. Valeu por tudo o que você fez pelo Vasco – disse Jonata, no vídeo, aproveitando para alfinetar o arquirrival Flamengo.
Jonata votou em Brant, da chapa Sempre Vasco e achou o resultado final do pleito injusto. Para o eleitor, a “urna da discórdia” – que decretou a vitória de Eurico Miranda – não deveria ser levada em consideração. Ele acredita que, na Justiça, seu candidato vai assumir a presidência do Gigante da Colina.
– Eu achei o resultado injusto. Júlio Brant ganhou nas urnas certas e foi só na urna separada que as coisas complicaram. Acredito que a urna vai ser avaliada e eu estou confiante que a Justiça vai ser feita. No meu ponto de vista, essa urna suspeita não era para ser contabilizada, mas vamos aguardar. Nós, vascaínos de todo o Brasil, deveríamos nos unir pelo clube. Tudo isso é passageiro e o Vasco é eterno – contou.
Além de achar o resultado do pleito suspeito, Jonata tem outra queixa. O paraibano contou que, apesar de ser sócio e pagar em dia as mensalidades, não pôde ter acesso à famosa sala de troféus cruzmaltina e às arquibancadas de São Januário. Apesar disso, o torcedor se diz feliz em ter participado de um momento tão importante para os próximos anos do Vasco.
– Estou muito feliz de ter participado deste momento, especialmente por ter encontrado meu ídolo Edmundo. Infelizmente quem está comandando o Vasco não tem noção dessa grandeza. A torcida poderia se associar em massa, para mudar essa realidade. Somos uma torcida gigante.
O torcedor, que é sócio, também pretende associar o seu filho, Kalleb Joaquim, para continuar ajudando o clube, já visando que no futuro ele também possa dar sua contribuição em outras eleições. De acordo com Jonata, o único empecilho é que novas inscrições para sócios só são feitas presencialmente, o que, de certa forma, inviabiliza para quem reside fora do Rio de Janeiro.
Em sua passagem por São Januário, Jonata não encontrou com o seu candidato. No entanto, teve uma grande surpresa ao encontrar o ídolo cruzmaltino Edmundo. O encontro inesperado rendeu muitas fotos.
– Não vi o Júlio (Brant) por lá, queria vê-lo, mas não o vi. Fui só votar e voltei. Já estou em Santa Rita. Mas vi o Edmundo e isso já valeu muito. Tirei algumas fotos para recordação.
Jonata segue confiante que a chapa escolhida pelo seu voto consiga tomar posse – a eleição vai ser decidida na Justiça. Mas ele espera que, de um modo geral, o melhor aconteça para o Vasco. De acordo com o torcedor, o clube precisa de mais transparência para atrair novos investidores e assim alçar voos mais altos no mundo da bola.
– Eu espero que dias melhores estão por vir e eu sei que isso está perto. Júlio Brant está para assumir. Essa urna sete, que estava em júdice, vai ser descartada. Não é possível que não seja – disse.
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