Jogadores denunciam situação precária em time após o Campeonato Paraibano; diretoria nega
Aguardo pagamento e rescisão contratual, 10 atletas seguem no CT e reclamam de alimentação escassa e inadequada. Lobo terminou o estadual na 3ª colocação e garantiu vaga na Série D de 2019
Semifinalista no Campeonato Paraibano e com vaga garantida para a Série D do Campeonato Brasileiro de 2019. Esse é o saldo positivo e histórico conquistado dentro de campo pelo elenco do Serrano-PB. No entanto, parece que nem tudo são flores. Um grupo de jogadores remanescentes do elenco alviverde seguiu alojado no CT do clube, em Campina Grande, à espera do acerto de contas e das rescisões contratuais. E, segundo esses atletas, a situação nas dependências do Lobo da Serra são precárias, com alimentação inadequada e descaso dos dirigentes. A diretoria nega as acusações do grupo.
Temendo represálias por parte da diretoria, os jogadores, de início, fizeram uma denúncia anônima. Mas depois preferiram abrir a situação e detalhar as condições a que, segundo eles, estão submetidos no CT do Serrano-PB. Adotando um discurso unificado em nome de todo o grupo, os atletas descrevem problemas de estrutura no CT, entre os quais se destacam a precariedade na alimentação e até um descaso médico com um deles. Vale destacar que essas informações foram todas repassadas pelos próprios jogadores.
– Nós estamos sem alimentação adequada e tem até um de nós que precisa de uma cirurgia que vem sendo adiada (referindo-se ao atacante Jones). E a diretoria vem se omitindo da responsabilidade. A gente só come três vezes no dia e teve dias que nem isso – afirmou um dos jogadores.
Um dos destaques do time no Campeonato Paraibano e cotado entre os melhores goleiros da competição, Rhuan é um dos jogadores que seguem em Campina Grande. Anderson Lima (zagueiro), Ernesto Júnior (volante), Jones (atacante), Renilson (meia), Wesley (lateral), Marcelo Bispo (lateral), Thiago (meia-atacante), Renan (lateral) e Diego Baiano (zagueiro) completam o quadro de atletas remanescentes. Os demais jogadores são do estado da Paraíba e já retornaram a suas respectivas casas.
O grupo reclama também de atraso no pagamento do salário do mês de março, que ainda não foi efetivado. Segundo os atletas, a diretoria prometeu o pagamento para a última terça-feira.
– A gente ficou de acordo com a diretoria para receber o salário logo depois da eliminação contra o Campinense (que ocorreu no dia 25). Mas já faz 12 dias que eles só prometem. Desde então, a gente está aqui abandonado e querendo voltar para as nossas famílias, nossos estados – declarou um dos atletas em nome do grupo.
No entanto, os próprios jogadores admitem que o pagamento, em geral, vina sendo efetivado até o quinto dia útil do mês posterior ao do mês trabalhado. Ou seja, a diretoria ainda tem até a sexta-feira para pagar em dia. Mas o grupo destaca que o maior agravante é mesmo a situação de descaso no alojamento descrita por eles.
Também procurados pelo GloboEsporte.com, a diretoria do clube nega que os jogadores estejam vivendo em condições precárias e garantiu que o pagamento referente ao mês de março será efetivado o quanto antes. O presidente do Serrano-PB, Valdir Cabral, admite que errou ao proometer a antecipação do pagamento nesse último mês de atividades e menciona a falta de recursos como motivadora do não cumprimento da sua promessa.
– O salário sempre foi pago no dia 10 de todo mês. O nosso erro foi falar que faríamos os pagamentos logo depois da eliminação. Justamente porque nós somos um clube pequeno e que passa por dificuldades financeiras por ter menor expressão. Mas nós vamos procurar efetuar esses pagamentos no mais tardar amanhã (sexta-feira) – falou o mandatário do clube.
Sobre a precarização na alimentação – denunciada pelos jogadores -, Valdir Cabral nega que o grupo esteja passando por necessidades.
– Eles têm cozinheira disponível e têm comida. Eu deixo comida lá sempre – finalizou o presidente.
Em contraponto, os atletas reclamam que Valdir Cabral não costuma ir com frequência ao alojamento e alegam que, por muitas vezes, o caseiro responsável pela casa tirou dinheiro do próprio bolso para ajudá-los na compra de comida.
– Na Páscoa mesmo, quando nós já poderíamos estar com as nossas famílias, a gente estava aqui comendo ovo e mortadela. A gente está sem dinheiro para comprar outras comidas, e o caseiro e as tias da cozinha até sentiram pena da gente e vêm ajudando. Muitas vezes a gente toma café da manhã às 11h, de tarde almoça, quando tem almoço, e janta às 18h. Depois disso só no outro dia e se for ter – reclamou o grupo.
Através da sua assessoria de imprensa, o clube se posicionou oficialmente sobre o caso. Acompanhe na íntegra:
“O Grêmio Recreativo Serrano atualmente aloja 10 atletas na casa, onde os contratos dos atletas se encerram a partir do dia 10 de Abril, no entanto os vencimentos são previstos para serem pagos entre o dia 05 e 10 de cada mês. Com relação ao retorno dos atletas para sua respectivas casas, a Diretoria junto com a Presidência do Clube, está tentando antecipar os valores para que todos possam viajar com os vencimentos em dias e quitados. Referentes as condições da casa, como o efetivo de apoio teve uma reduzida no quadro de funcionários, ocorreram alguns atrasos de suporte, no entanto todos os atletas se alimentam todos os dias com no mínimo 4 refeições.
A casa possui 4 quartos, sendo 3 com ar condicionados e Suítes, cozinheira permanente até às 18h, TV e Wifi. Reconhecemos as necessidades dos atletas retornarem para suas residências, porém todos os atletas estão recebendo total apoio do Clube, mesmo diante de todas as dificuldades enfrentadas, o Grêmio Recreativo Serrano está fazendo total esforço para antecipar o retorno dos mesmos”.
Fonte: Globo Esporte PB - https://globoesporte.globo.com/pb/futebol/times/serrano-pb/noticia/jogadores-denunciam-situacao-precaria-no-serrano-apos-o-paraibano-diretoria-nega.ghtml
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