Polícia Civil divulga balanço com números da investigação ao futebol paraibano
Relatórios, depoimentos e mais de 120 pessoas como alvos da operação que completou sete meses na última segunda-feira e ainda desmembra esquemas de corrupção no futebol do estado
Várias páginas de relatórios, 104 mil ligações telefônicas interceptadas e mais de 120 pessoas investigadas. A Polícia Civil divulgou na última segunda-feira os números da Operação Cartola, que apura esquemas de corrupção no futebol paraibano, e chegou ao seu sétimo mês ainda cercada de muito mistério. Isso porque o segredo de justiça ainda não foi quebrado e, com isso, não se sabe ao certo quem ou quantas pessoas foram indiciadas. O que é correto afirmar, porém, é que os números de toda a primeira fase da operação são elevados, o que confirma a dificuldade para compreender todo o cenário vivido pelo futebol do estado.
De acordo com números divulgados pela Polícia Civil, em sete meses de investigação, mais de 120 pessoas foram investigadas, através de, ao todo, 93 interrogatórios, depoimentos ou declarações realizadas. Vale ressaltar que os alvos da operação são dirigentes da Federação Paraibana de Futebol (FPF), da Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (Ceaf-PB), do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB) e de todos os dirigentes dos 10 clubes que participaram da edição 2018 do Campeonato Paraibano. Além disso, alguns árbitros e auxiliares filiados ao quadro da FPF, além da ex-presidente Rosilene Gomes também estão sendo investigados.
E, se o sigilo ainda não foi quebrado, internamente, o futebol paraibano já teve a sua estrutura modificada. Tanto é que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), diante dos escândalos, optou por afastar o presidente da FPF, Amadeu Rodrigues, por tempo indeterminado. Com isso, a entidade enviou o interventor Flávio Boson Gambogi para dar sequência à temporada no futebol da Paraíba.
No entanto, antes do seu afastamento, Amadeu Rodrigues havia afastado o presidente da Ceaf-PB, José Renato Soares, que é um dos principais investigados na Operação Cartola. Para o seu lugar, o então mandatário da FPF havia apresentado o coronel Marcos Sobreira e o major Juceilton como os homens que dariam prosseguimento aos trabalhos da Comissão de Arbitragem. Porém, com a chegada do interventor Flávio Boson, a dupla foi afastada antes mesmo de completar um mês à frente dos cargos; e, por enquanto nenhum substituto foi anunciado.
Mais de 100 mil ligações telefônicas analisadas
Ainda de acordo com as informações divulgadas pela polícia, foram 130 terminais telefônicos interceptados, com 407 medidas cautelares representadas, ou seja, busca e apreensão, além das quebras de sigilos bancários e telefônicos. Por sinal, no total, foram realizados 32 mandados de busca e apreensão domiciliar cumpridos. E, com toda essa imensidão de números, as conversas interceptadas pela operação chegaram a 104 mil.
A reportagem teve acesso a várias dessas ligações, que expuseram conversas comprometedoras de dirigentes dos principais clubes paraibanos, como também de representantes das entidades que organizam o futebol do estado.
Até aqui, nenhum dirigente investigado, representante de clube, quis se pronunciar sobre a operação. A bem da verdade, dos responsáveis por gerir o futebol paraibano, apenas Amadeu Rodrigues fez um pronunciamento oficial e, ainda assim, ele apenas leu um texto escrito previamente.
Mais de oito relatórios que ultrapassam mais de 2.500 páginas
Com tantas evidências captadas nas investigações, os relatórios da Polícia Civil e do Ministério Público chegam a 2.512 páginas. Ao todo, são sete documentos, além do definitivo, no qual consta toda a primeira fase da operação.
Nos relatórios, é possível observar os motivos que levaram a polícia a acreditar que aconteceram no decorrer da temporada paraibana esquemas de manipulação de resultados, compra de árbitros, além de lavagem de dinheiro e uma formação de uma organização criminosa entre os administradores e membros que organizam o futebol da Paraíba.
RELATÓRIO I – 77 páginas
RELATÓRIO II – 465 páginas
RELATÓRIO III – 173 páginas
RELATÓRIO IV – 70 páginas
RELATÓRIO V – 60 páginas
RELATÓRIO VI – 61 páginas
RELATÓRIO VII – 746 páginas
RELATÓRIO FINAL – 860 páginas
TOTAL: 2512 páginas
Os próximos passos
A Polícia Civil ainda informou que a Operação Cartola já está em sua segunda fase. Porém, não foi divulgado o que tem sido investigado nesta nova etapa dos desdobramentos sobre esquemas de corrupção no futebol da Paraíba. Enquanto isso, o mistério ainda permanece sobre o desfecho da primeira fase, que ainda não teve revelados os seus indiciados no processo.
Fonte: Globo Esporte PB - https://globoesporte.globo.com/pb/noticia/policia-civil-divulga-balanco-com-numeros-da-investigacao-ao-futebol-paraibano.ghtml
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