César se vê pronto para ser titular e revela conversa com Diego Alves: ”Não me senti ofendido”
Goleiro do Flamengo diz não ter atritos com o colega de posição, analisa temporada e elogia campeão Palmeiras: "Se dessem uma brecha, poderíamos ter sido campeões"
As circunstâncias são diferentes, mas os roteiros, de certo forma, são parecidos. Assim como na reta final do ano passado, César termina essa temporada como titular no gol do Flamengo. Dessa vez, no entanto, sem nenhum porém. Foi eleito pelo técnico e se tornou o dono da camisa 1, embora use o número 37.
Assim como no ano passado, a chance apareceu após lesão de Diego Alves. Dessa vez, no entanto, Dorival Junior aprovou, bancou a permanência César e arrumou atrito com o antigo titular, insatisfeito por perder a posição.
Em bate papo, César falou sobre a relação com o companheiro de posição, analisou o que faltou ao Flamengo no Brasileiro, planos para 2019, entre outras coisas. Confira:
O que faltou ao Flamengo para levar o título?
Sem dúvida, no Flamengo, por ser o clube que é, a torcida que tem, os títulos que já conquistou, é muito grande a pressão. Até nossa mesmo. A gente quer vencer, conquistar o maior número de títulos possíveis. Infelizmente, no futebol, nem sempre as coisas acontecem da maneira que a gente quer.
Muitas coisas erramos, poderíamos ter acertado como grupo. Detalhes que no futebol que acaba sendo cobrado, um erro que causa uma derrota. Mas disputamos em todas as competições. O que não faltou foi entrega. Acredito que conseguimos conquistar resultados importantes. Maior número de pontos da história do clube. É algo que é bom.
A gente valoriza o título do Palmeiras, por tudo que eles fizeram. Mas posso falar do que não nos faltou: entrega, dedicação aos treinos e trabalhos, com os treinadores que passaram. Acho que sempre procuramos fazer nosso melhor para conquistar resultados positivos. Cada um teve seus méritos e talvez seus erros. É um somatório de tudo. Mas não faltou lutar até o final.
Campanha no Brasileirão
Tiveram jogos que vamos sempre pensar que poderíamos ter feito um gol a mais, evitado outro gol. Sempre fica esse sentimento. Mas nosso campeonato foi realmente de uma equipe campeã, no geral. A gente sempre brigou lá no alto, sempre na cola ou na liderança. Não foi ruim.
Como falei, o Palmeiras, principalmente na reta final do Campeonato, conseguiram ficar um turno todo sem perder. Foi uma campanha muito boa e tiveram méritos. Mas agora, no final, se eles dessem uma brecha, poderíamos ter sido campeões.
Mas queremos vencer o último jogo e chegar aos 75 pontos. Queremos aumentar isso. Para termos certeza que era palpável o Brasileiro. Talvez por alguns detalhes, poderíamos ter sido campeões. Acredito que em breve vamos levantar taças.
Com você como titular?
Se possível, seria mais incrível ainda.
Avaliação individual da temporada
Sou muito grato por ter a oportunidade de trabalhar no Flamengo. Um grande clube, talvez um dos maiores do mundo. Isso é gratificante. Acredito que foi um ano bom, pude crescer como atleta e ajudar a equipe. Ganhar também certeza experiência. Quero sempre estar aprendendo. Foi o ano que joguei mais partidas pelo Flamengo no profissional.
Hoje, o Maia (Rogério, preparador de goleiros do Flamengo) é um cara que tem me ajudado muito. A gente procura melhorar. Estou muito feliz pelo que tem acontecido. E quero sim continuar. Se essa for a vontade do treinador e de Deus. Hoje estou pronto para o que acontecer.
A situação com o Diego Alves
Para mim, sinceramente, não mudou nada. Tive a oportunidade de jogar pela lesão do Diego Alves. Estava me preparando porque sabemos que pode acontecer em qualquer momento, como foi ano passado. Nossa profissão é assim. Preciso estar sempre pronto. Meu trabalho não são só jogos, apesar de querer jogar sempre. Não é só isso meu trabalho. Estava preparado e tive os jogos quando ele se machucou.
E quando ele voltou de lesão, era uma decisão do treinador. Para mim, não mudou o fato de permanecer. Porque sabia que podia acontecer. Se fosse bem ou até pelo tempo que ele ficou fora, por ritmo de jogo. Sabia que seria uma decisão do técnico. Tanto ele voltar, que respeitaria, quanto eu permanecer.
Para mim, não mudou nada. Não me senti ofendido pelo fato de ele ter talvez recusado naquele momento de jogar. Ele veio conversar comigo depois. Não tenho nada contra ele. Muito pelo contrário, o admiro muito como profissional, pela carreira que tem, goleiro que é. Naquele momento, estava muito preparado e muito focado para jogar porque já vinha jogando e sabia que isso podia acontecer. Me ajudou muito entender que isso podia acontecer.
Conversa com Diego Alves
No dia seguinte, ele me chamou. Falou: ”Césão, vem cá, não tem nada com você, pelo contrário, te admiro muito”. Eu realmente não me senti ofendido. Apesar de ter tido uma repercussão ruim. Para mim, não mexeu nada. Ele veio e conversou comigo. Disse que não era nada comigo. Eu na mesma hora abracei ele e falei: ”Cara, estou torcendo que sua situação se resolva”. E era de coração o que eu pensava mesmo.
Falha contra o Botafogo antes de pênalti defendido contra o Santos
Nem sempre a gente vai acertar em todos os momentos, às vezes vai acontecer algo que a gente não espere. Naquele momento eu poderia ter tomado uma decisão diferente, era uma bola defensável. Foi um jogo que toda a equipe não foi bem e acaba que as pessoas de fora tentam achar alguém que foi o culpado.
A gente como equipe entende que não foi bem e precisava se reerguer, dar uma resposta muito rápida não só para o torcedor, mas para equipe. E foi o que aconteceu contra o Santos, quando a gente fez um jogo muito melhor, o que nos impulsionou para os outros jogos que fomos bem.
Volta após empréstimo
Muitas coisas passam sim pela nossa cabeça, até com relação a outras pessoas que falam que quando o cara é emprestado às vezes ele não volta mais. Poderia até acontecer de eu não jogar mais pelo flamengo, mas eu sempre pensei que eu pudesse voltar a jogar na série a, enfim, em campeonatos grandes. Ainda que não acontecesse, porque eu acredito que eu aprendi a fazer meu melhor sempre. Naquele período eu procurei entender o que estava acontecendo, o que eu poderia aprender pra crescer. o tempo que eu passei em campinas foi fantástico apesar de eu não ter conseguido o que eu almejava de jogar.
Lembro que quando eu cheguei na ponte eu comecei a sonhar em conseguir ajudar o time a vencer um campeonato pelo clube, fazer história. Só que começou a não acontecer, eu não joguei. Apesar de ter ficado um pouco triste, minha esposa e minha família me ajudavam. A gente orava junto e chorava junto e tinha a esperança de que algo bom poderia acontecer.
Retorno ao Flamengo
Quando eu voltei eles falaram que eu não seria aproveitado. Eu desliguei o telefone, respirei fundo e pensei o que pudesse acontecer para frente. Todo clube que me ligava eu ia sonhando com os campeonatos e fazendo um planejamento de uma forma que eu pudesse fazer meu melhor naquele lugar. Acho que essas coisas me ajudaram a ganhar um amadurecimento maior, valorizar o lugar que eu estava. Foi um período que sem dúvida contou para que hoje eu estivesse mais forte e encarando de uma forma mais natural o que está acontecendo na minha vida.
Nascimento da filha
Eu acho que hoje realmente é o momento mais feliz né e que eu tenho me sentido mais realizado na vida. É um tempo muito bom, tanto profissionalmente, hoje estar atuando no flamengo e ajudando a equipe a fazer um bom campeonato e realmente na minha família, a minha esposa, a minha filhinha que tem 3 meses. Chegar em casa, ver a minha filha, poder pegar ela e ela sorrir para mim é a coisa mais linda.
Permanência do Dorival
O Dorival vem fazendo um bom trabalho, ajudou e muito a gente nessa reta final. O que eu posso falar é que ele é sim um grande treinador, mas a decisão vai ficar pra diretoria. Os outros treinadores que você falou têm a sua história, que são grandes histórias, então tenho certeza que independente do que for acontecer, vai ser um grande ano para gente.
Fonte: GE - https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/cesar-se-ve-pronto-para-ser-titular-e-revela-conversa-com-diego-alves-nao-me-senti-ofendido.ghtml
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