França, Real Madrid, Modric… Novo e velho se misturam nas conquistas pelo mundo em 2018
Croata quebra domínio de uma década de Cristiano Ronaldo e Messi nas premiações de melhor jogador do planeta. Transferência de craque português é a grande novidade da janela
Chegou o último dia de 2018. E com ele um balanço do que de mais relevante aconteceu no ano do mundo da bola. Alguns fatos foram inéditos, como as premiações entregues ao croata Luka Modric, nomeado o melhor jogador do planeta pela Fifa e pela revista France Football. Ele acabou com o domínio de uma década de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.
Outros, nem tanto: o Real Madrid conquistou a Liga dos Campeões pela terceira vez consecutiva, por exemplo, enquanto a França se sagrou campeã mundial pela segunda vez em sua história.
Quem levantou taça
O Real Madrid assombrou o mundo com um tricampeonato inédito na era moderna da Liga dos Campeões. Mesmo passando por momentos de turbulência na temporada – e alguma baixa produtividade –, os comandados de Zinedine Zidane foram guiados por Cristiano Ronaldo para o título sobre o Liverpool. Na decisão de Kiev brilhou a estrela do galês Bale, com dois gols, um deles de bicicleta.
Os merengues ainda faturaram o Mundial de Clubes, em dezembro, nos Emirados Árabes, ao derrotarem o Al Ain. A Supercopa da Europa ficou com o Atlético de Madrid, campeão também da Liga Europa.
O Barcelona de Messi foi eliminado nas quartas de final da Champions para a Roma, mas não ficou de mãos abanando: levou o Campeonato Espanhol quase com campanha invicta, a Copa do Rei e a Supercopa da Espanha.
Na Inglaterra, uma campanha incrível do Manchester City de Pep Guardiola foi coroada com o recorde de 100 pontos na Premier League. Os Citizens também ganharam a Copa da Liga Inglesa e a Supercopa da Inglaterra, mas terão de correr atrás do Liverpool para sonhar com o bicampeonato inglês. Na Copa da Inglaterra, a mais tradicional do país, deu Chelsea.
Nenhuma surpresa na França, Itália ou Alemanha. PSG e Juventus foram campeões de tudo nacionalmente (Campeonato Francês, Copa da França, Copa da Liga Francesa, Campeonato Italiano e Copa da Itália), enquanto o Bayern venceu o Campeonato Alemão, mas perdeu a Copa para o Eintracht Frankfurt. Franceses e italianos estão bem encaminhados para repetirem o feito – ou ao menos parte deles – nesta temporada.
Em Portugal, deu Porto. Na Holanda, deu PSV. Na Turquia, deu Galatasaray. Na Rússia, Lokomotiv.
A final “interminável”
O inédito River Plate x Boca Juniors pela final da Copa Libertadores merece um capítulo à parte. Primeiro, viram o jogo de ida da decisão ser adiado por conta de uma forte chuva que atingiu Buenos Aires. Até aí tudo bem, mas a partida de volta precisou ser cancelada em dois dias seguidos em virtude de um ataque de torcedores do River ao ônibus do Boca na chegada ao Monumental de Núñez.
Após muita politicagem, a Conmebol definiu que a finalíssima aconteceria em Madri, na Espanha. River, Boca e milhares de torcedores atravessaram o Oceano Atlântico para verem a vitória dos Millonarios na prorrogação, por 3 a 1.
O River viajou direto para os Emirados Árabes, foi eliminado na semifinal do Mundial para o Al Ain nos pênaltis e só comemorou o título com a sua torcida semanas depois.
Um novo melhor do mundo
Cristiano Ronaldo e Messi provavelmente ainda seguem como os melhores jogadores do mundo, mas Luka Modric ao menos poderá contar a seus netos que os superou numa eleição democrática, algo que não acontecia desde 2007, com o brasileiro Kaká.
O craque croata não chegou perto do número de gols ou assistências dos dois grandes nomes do futebol mundial, mas conseguiu ser importante nas conquistas coletivas de Real Madrid (Liga dos Campeões) e Croácia (sim, consideramos um país de 4 milhões de pessoas chegar na final de uma Copa do Mundo uma enorme conquista).
Ter sido eleito o melhor do Mundial da Rússia pesou bastante a favor de Modric nas votações do Fifa The Best e da Bola de Ouro da France Football. A eleição, porém, gerou grande debate – há quem acredite que ele sequer deveria ter figurado entre os três primeiros, já que o egípcio Salah também fez um grande ano pelo Liverpool.
De qualquer forma, a história foi reescrita.
Os franceses maravilhosos
A Copa do Mundo da Rússia coroou a talentosa geração francesa, apontada desde o início como uma das favoritas. Alemanha, Espanha e Argentina decepcionaram, o Brasil ficou pelo caminho para a Bélgica (de outra geração talentosa), e sobrou para Griezmann, Mbappé, Pogba e companhia acabarem com a maior zebra que passeou pela Rússia – a finalista Croácia.
Foi o segundo título dos Bleus, 20 anos depois de derrotarem o Brasil no Stade de France.
Uma nova casa para CR7…
Depois de nove temporadas, quatro títulos de Liga dos Campeões, 438 jogos e 450 gols, Cristiano Ronaldo deu fim à sua passagem pelo Real Madrid. O astro português assinou com a Juventus em busca de novos desafios na que foi certamente a transação mais bombástica de toda a janela de transferências – foi também a mais cara (€ 117 milhões) se não considerarmos a compra de Mbappé, que já estava emprestado, pelo Paris Saint-Germain.
O mercado também foi conhecido pelos goleiros mais caros do mundo. Primeiro, Alisson seguiu da Roma para o Liverpool por € 62,5 milhões, logo após a Copa do Mundo. O Chelsea, então, fechou com Kepa, do Athletic Bilbao, por € 80 milhões.
Outros brasileiros que estiveram em alta e ganharam novos clubes na janela: Vinícius Junior (Real Madrid), Fred (Manchester United), Jorginho (Chelsea), Fabinho (Liverpool), Malcom (Barcelona), Richarlison (Everton), Felipe Anderson (West Ham), Arthur (Barcelona), entre outros.
E um escândalo
Em outubro, Cristiano Ronaldo foi acusado de estupro pela ex-modelo Katrhyn Mayorga. A Justiça americana reabriu o caso de 2009, quando ele ainda atuava pelo Manchester United, mas o craque negou tudo através das redes sociais.
A partir de novembro, o Football Leaks revelou uma série de informações envolvendo grandes clubes europeus, jogadores e até mesmo a Uefa. Veja quatro delas abaixo:
A queda de Mourinho (e de Wenger)
Na Inglaterra, dois lendários treinadores perderam os seus empregos. O francês Arsène Wenger se despediu de um cargo que ocupava no Arsenal desde 1996, enquanto o português foi demitido em dezembro em virtude do péssimo início de temporada com o Manchester United – não à toa o substituto, Ole Gunnar Solskjaer, caiu nas graças da torcida com três vitórias em três jogos. O relacionamento ruim entre Mourinho e Pogba foi um dos pilares da queda.
Fonte: GE - https://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/franca-real-madrid-modric-novo-e-velho-se-misturam-nas-conquistas-pelo-mundo-em-2018.ghtml
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