Efeito Neymar: transferência de Griezmann é 7ª que supera € 100 milhões depois de brasileiro
Antes, apenas dois atletas haviam atingido tal marca: Paul Pogba e Gareth Bale
100 milhões de euros. Quase meio bilhão de reais. Por um jogador de futebol. Acostume-se, esse valor é e será cada vez mais frequente no mercado. E houve um marco: a ida de Neymar do Barcelona para o PSG por 222 milhões de euros (R$ 812 milhões) em 2017. Desde então, a lista das maiores transações da história ganha novos integrantes a cada janela. Griezmann foi o último deles.
A transferência do atacante francês do Atlético de Madrid para o Barcelona, questionada pelo Colchonero, foi a sétima que superou a casa de 100 de milhões de euros desde a megaoperação do PSG por Neymar. Antes, apenas duas haviam atingido tal marca: a contratação de Pogba pelo Manchester United da Juventus, e a ida de Bale do Tottenham para o Real Madrid.
É bem verdade que os maiores clubes da Europa não cansam de ampliar seus faturamentos nos últimos anos. As receitas das cinco grandes ligas (Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália) superaram 12 bilhões de euros (R$ 53 bilhões) em 2018. Porém, para Pedro Daniel, especialista em gestão esportiva da empresa de consultoria Ernst & Young, Neymar foi um trampolim. Como tantos outros na história do futebol.
– Claramente há um efeito inflacionário. Isso ocorreu, e a gente vê esse efeito em cascata. No Barcelona isso é mais claro diretamente porque foi ele foi quem recebeu esse valor e vai ao mercado para contratações. Se a gente voltar no tempo, a gente viu nas maiores transações do mundo pré-Neymar, ocorreu exatamente a mesma coisa – define.
Pedro Daniel cita como o grande primeiro grande efeito cascata do mercado no futebol a provocada pela transferência de Zidane da Juventus para o Real Madrid em 2001. Na época, os merengues pagaram 77,5 milhões de euros pelo francês, valor que superaria os 105 milhões em números corrigidos atualmente. Aquela transferência possibilitou três grandes contratações para a Juve:
Zidane (da Juventus para o Real Madrid em 2001): 77,5 milhões de euros
Buffon (do Parma para a Juventus em 2001): 52,88 milhões de euros
Thuram (do Parma para a Juventus em 2001): 41,5 milhões de euros
Nedved (da Lazio para a Juventus em 2001): 38,7 milhões de euros
“A negociação do Zidane faz muito tempo, mas foi muito simbólica naquela época. E depois, quando a gente viu do Cristiano Ronaldo, do Kaká, aconteceu a mesma coisa, achávamos que tínhamos chegado no teto. É normal. São ciclos dentro do mercado do futebol”, diz Pedro Daniel.
O mesmo ocorre agora. Em níveis maiores. Com o montante recebido por Neymar, o Barcelona contratou Coutinho e Dembélé. E agora fechou com Griezmann, do Atlético de Madrid. O Colchonero, por sua vez, foi atrás de João Félix.
Os clubes da Espanha já superaram o valor gasto em todo o período do verão europeu no ano passado: 1,03 bilhão contra 1,01 bilhão de euros. E ainda falta pouco menos de dois meses para o fechamento da janela – no dia 2 de setembro.
Desde 2010, a média do valor gasto nas 10 maiores contratações a cada temporada foi de 35 milhões de euros para 80 milhões em 2019, com o pico de 98 milhões em 2017, quando Neymar foi para o PSG. Ressalta-se que a atual temporada ainda está no começo.
Uma megacontratação ou várias contratações boas?
Não se surpreenda mais com as transferências que passem das centenas de milhões de euros. Mas gastar tal quantia absurda de dinheiro em um jogador de futebol é um movimento com uma estratégia definida. E vai além dos ganhos técnico com o atleta.
– Existem vertentes e pilares dentro de um planejamento. Se você quiser apenas performance, não necessariamente precisa fazer a contratação mais cara do mundo. Mas se sua vertente for de posicionamento de mercado, aí sim uma contratação de valor elevado é o que você tem que buscar. A Juventus, o PSG, buscaram Ronaldo, o Neymar, porque estavam dizendo: “sou grande, quero participar da elite do futebol europeu” – analisa o especialista da Ernst & Young.
Em 2001, o valor gasto pelo Real por Zidane parecia inalcançável. A própria equipe merengue quebrou tal barreira com Cristiano Ronaldo, em 2009. E depois com Bale. Quebrar a barreira dos 222 milhões de euros pagos pelo PSG para ter o camisa 10 da Seleção não parece mais impossível.
– É supernatural que os valores superem esse montante do Neymar – analisa Pedro.
Fonte: Globo Esporte - https://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/efeito-neymar-transferencia-de-griezmann-e-7a-que-supera-euro-100-milhoes-depois-de-brasileiro.ghtml
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