Taffarel vê título como passaporte para trajetória até a Copa do Catar: “O caminho está aberto”
Preparador de goleiros diz que Copa América também serviu para afirmação de Alisson com torcida brasileira. Para ele, conquista em casa vai ajudar Tite na reformulação do grupo
Um dos heróis da conquista do tetracampeonato mundial, que completa 25 anos nesta terça-feira, Claudio André Mergen Taffarel é homem de poucas palavras no dia a dia da seleção brasileira. Preparador de goleiros desde o retorno de Dunga à Seleção em 2014, o ex-goleiro viu a conquista da Copa América como marcante para o trabalho de Tite no futuro da equipe.
Para Taffarel, de 53 anos, o título abre caminhos para renovação da Seleção e passa tranquilidade para os jovens que vão chegar até a Copa do Mundo, no Catar, em 2022. Na Granja Comary para o evento de comemoração do tetra, ele lembrou a importância do resultado contra o Peru, na vitória por 3 a 1, dia 7 de julho, no Maracanã.
Confira a entrevista com Taffarel
Antes da Copa América você dizia que sentia espírito de vencedor no grupo, comparou um pouco com sua geração de 1994. Como foi isso durante a competição?
Senti, sim. A gente sente, estamos no dia a dia e eles começam a dar sinais. É um grupo que se propôs a fazer Copa América para vencer. Claro, jogando bom futebol, com velocidade, juntos, mas sem esquecer que o importante era a vitória. O lema era chegar na final e ganhar. Aconteceu. Às vezes não acontece. O futebol tem momento que não é justo, que você joga bem e perde. Mas ganhar a Copa América no Brasil é muito importante. É um sinal para o futuro da geração. Muitos deles de repente não vão estar presentes (no Catar), mas para quem está chegando o caminho está aberto e vão seguir por ele.
A conquista da Copa América credenciou ainda mais Alisson. Você acredita que ele tem chance na Bola de Ouro, como saiu na imprensa internacional?
Sempre muito difícil goleiro ganhar Bola de Ouro, mas que tem condições não tenho dúvida. Sabíamos do potencial dele, mesmo nos momentos que não jogava na Roma acreditávamos muito nele. Ele vinha para a Seleção e fazia sempre o melhor. A Copa América foi ponto importante na vida dele na Seleção, o torcedor chegou à conclusão que ele é um goleiro mesmo confiável, que dá o máximo pelo Brasil.
Vocês estão comemorando 25 anos da conquista de 1994. Consegue passar no dia a dia esse simbolismo de que uma conquista dessas é lembrada para sempre?
Eles já sabem, os jogadores sempre buscam referências conosco. O torcedor tem lembrança muito forte e positiva de 1994, nosso grupo marcou bastante. Era de muita personalidade. Estávamos prontos para tudo, para as dificuldades, para as vaias até chegar na Copa e ser vencedor. Vejo Dunga falando e lembro dos gritos no vestiário, em campo, desse espírito dele de comandante. Vejo semelhança nesse grupo atual. Vai ter, de repente, reformulação, mas os jogadores que vão chegar aqui vão ter que saber que daqui para a frente vai ser outra história.
Você citou Dunga. Quem mais tem esse jeitão? Daniel Alves, Casemiro?
Casemiro tem esse espírito, talvez pela função. Joga no meio de campo, que tem que ser quase que um maestro ali. Parreira sempre dava essa confiança ao Dunga dele falar, coordenar, Casemiro pode ser esse cara que é o comandante dentro de campo.
No fim da Copa América, discutiu-se possível saída de Tite da Seleção. Isso chegou até vocês?
Não, não soube de nada. A gente que está nesse meio sabe que permanência de jogador, treinador, comissão, depende de resultado. A gente está sempre sujeito a resultado. Não podemos negar. Mas acredito que ele sempre teve serenidade grande no trabalho, muita confiança. Ele é um cara que trabalha muito bem. Tem apoio grandíssimo dos jogadores, que dão o máximo em tudo que ele pede, programa. Ele prepara muito bem jogo. Ouço sempre ele falar que dormiu pouco, que está assim com a cabeça. Vida de treinador é assim. Agora ele está curtindo as férias e vai voltar fresquinho para retomar esse trabalho rumo ao Catar.
Como vê o retorno de Neymar à Seleção? Ele é sempre querido internamente na seleção brasileira, mas recebe muitas críticas e desperta antipatia fora.
Neymar é um baita de um cara. Fico admirado da dimensão que ele tem de tudo, dentro de campo, fora… Ele é um personagem. Leva a vida numa boa, se diverte. E o divertimento dele vira muita notícia. Mas é um ser humano, um jovem de 27 anos, que joga futebol com alegria e aproveita a vida. Lógico que em certos momentos tem que saber qual o melhor momento. Com passar do tempo vai entender. É jogador fantástico, é diferenciado, é produto do futebol brasileiro, com a irreverência e o drible. Se ele focar e der continuidade no trabalho dele, vai ganhar isso tudo que Messi e Cristiano Ronaldo ganham. Deve ter sentido bastante ter ficado de fora dessa Copa América. Vai voltar com sede grande e isso é bom para nós.
Fonte: Globo Esporte - https://globoesporte.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia/taffarel-ve-titulo-como-passaporte-para-trajetoria-ate-a-copa-do-catar-o-caminho-esta-aberto.ghtml
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