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VÍDEO: Auditor do STJD, sousense conta como é lidar com o fanatismo do torcedor ao julgar casos do futebol

Após quatro anos na CBF, o advogado Cláudio Diniz se vê em um novo desafio no ambiente jurídico do esporte. Ele é auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD)

Por Jocivan Pinheiro

16/11/2023 às 17h09 • atualizado em 16/11/2023 às 17h14

Após quatro anos como auditor da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o advogado paraibano Cláudio Diniz se vê em um novo desafio no ambiente jurídico do esporte. Diniz é auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), entidade responsável por julgar, em última instância, casos do futebol brasileiro.

Cláudio Diniz, natural da cidade de Sousa, no Sertão paraibano, já havia marcado seu nome na história jurídica do estado ao ser o segundo paraibano eleito para a CNRD. Antes dele, Michele Ramalho, atual presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), era a única paraibana na CNRD.

No STJD, Cláudio Diniz atua em casos que envolvem os Campeonatos Brasileiros das Séries A, B, C e D, além dos Brasileirões Sub-17, Sub-20, Copa do Nordeste e Copa Verde.

O sousense diz que ter chegado ao maior tribunal desportivo do Brasil foi uma façanha e que, além da competência profissional, é preciso ter ligação com entidades do ramo, sobretudo para ser indicado ao cargo.

“Apesar do vasto conhecimento jurídico de todos eles, é um ambiente muito fechado, muito difícil de chegar. Você precisa ter uma dedicação muito grande, que eu fiz há muitos anos, em relação ao futebol; e na oportunidade que eu tive, eu busquei muita vontade e consegui chegar lá.”

Cláudio Diniz, auditor paraibano no STJD (Foto: Igor Rian/Diário do Sertão)

Para Cláudio Diniz, julgar casos do futebol brasileiro talvez requer uma responsabilidade ainda maior, pois os auditores lidam com a paixão e o fanatismo dos torcedores e dirigentes.

“A paixão suplanta muitas coisas. Claro que não [suplanta] a vida, mas a paixão no futebol é tão forte, que nós temos que ter uma responsabilidade muito grande na hora de julgar, porque envolve muita coisa. Além do patrimônio, da vida dos atletas, do time, dos dirigentes, tem essa paixão toda do torcedor. Então, é uma reponsabilidade muito grande na hora de julgar o que quer que seja”, ele conta.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva é custeado pela CBF. O órgão se baseia num sistema semelhante ao do Poder Judiciário. Os casos a serem julgados podem vir de denúncias feitas por procuradores do STJD, da mesma forma que um promotor público, a respeito de fatos ocorridos em competições interestaduais ou nacionais ou de recursos de casos julgados pelos TJD’s estaduais. A entidade é composta pelo Tribunal Pleno e por seis Comissões Disciplinares. Além desses, também fazem parte do funcionamento do Tribunal a Procuradoria e a Secretaria.

Cláudio Diniz conta que a relação do torcedor com o futebol é tão passional, que algumas vezes eles vão até a sede do STJD pressionar juízes e promotores. “Tem alguns momentos que eles vão ao tribunal, que eles ficam próximos da entrada do prédio do tribunal para tentar pressionar o auditor ou quem quer que seja para que os resultados sejam diferentes”, relata o advogado.

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