Craques, clubes, FIFA e Lula se despedem da lenda Zagallo, único com quatro títulos de Copa do Mundo
O alagoano Mario Jorge Lobo Zagallo morreu aos 92 anos. Seu legado para o futebol é destacado por jogadores, clubes, dirigentes, celebridades, imprensa e entidades do mundo todo
Craques que trabalharam com Zagallo em clubes e na seleção brasileira prestaram homenagens ao Velho Lobo nas redes sociais. Ronaldinho Gaúcho, Bebeto, Taffarel, Branco, Ricardo Rocha e Cafu foram alguns dos que se manifestaram com mensagens de admiração e agradecimento ao ex-treinador falecido nessa sexta-feira (5), aos 92 anos.
O alagoano Mario Jorge Lobo Zagallo morreu às 23h40 dessa sexta. Ele tinha a saúde fragilizada devido à idade avançada e foi internado em hospitais duas vezes em 2023. Faleceu vítima de falência múltipla dos órgãos, resultante de progressão de comorbidades previamente existentes.
Ronaldinho Gaúcho e Zagallo conquistaram a Copa das Confederações em 2005 pela seleção brasileira. O Velho Lobo era coordenador técnico. Em 2006, estiveram juntos na Copa do Mundo da Alemanha. “Obrigado por tudo, Mestre!”, escreveu o Bruxo.
Bebeto, Taffarel, Branco e Ricardo Rocha, campeões do mundo com Zagallo em 1994, também se despediram nas redes. Bebeto disse que o ex-treinador foi “um pai que o futebol me deu.”
Na Globo News, Cafu, que esteve com Zagallo em três Copas do Mundo (1994, 1998 e 2006), lamentou a morte do Velho Lobo e, como Bebeto, disse que o tinha como um pai, além de amigo.
“Difícil dar bom dia em uma situação como essa e se tratando de Zagallo. Tive no Zagallo não só um treinador, mas amigo, pai, companheiro, mestre, me ensinou muito. Nosso respeito era mútuo e muito grande. Sentávamos depois dos jogos e dávamos risada. Essa imagem da alegria e do comprometimento que vai ficar. Juntamos a fome com a vontade de comer. Amamos tanto a Seleção e quando se fala de Zagallo, fala de seleção brasileira”, falou o ex-lateral direito.
Homenagens de Lula, de clubes e da FIFA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou as redes sociais para exaltar a carreira do ex-técnico. “Corajoso, dedicado, apaixonado e supersticioso, Zagallo era exemplo de brasileiro que não desistia nunca. É essa lição e espírito de carinho, amor, dedicação e superação que ele deixa para todo o nosso país e para o futebol mundial”, escreveu Lula.
Diversos clubes do Brasil e do exterior lamentaram a morte de Zagallo, como Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Bahia, Grêmio, Internacional, Atlético-MG, Cruzeiro, Manchester City, Liverpool, Tottenham, Real Madrid, entre outros.
A FIFA, entidade máxima do futebol, destaca que o legado de Zagallo “não pode ser resumido em números. A influência de Zagallo no futebol, e no futebol brasileiro em particular, é suprema.”
A trajetória do Lobo
Zagallo foi a única pessoa a estar presente em quatro títulos de Copa do Mundo: em 1958 e 1962 como jogador; em 1970 como técnico e em 1994 como coordenador técnico. Esteve no comando da seleção em 1974 (quarto lugar) e 1998 (vice-campeão), além de ter sido coordenador em 2006.
Como jogador de clubes – Zagallo iniciou a carreira profissional como ponta-esquerda do Flamengo, onde foi tricampeão carioca (1953 a 1955). No Botafogo, foi bicampeão carioca em 1961-62, fazendo parte do histórico quinteto ofensivo com Garrincha, Didi, Quarentinha e Amarildo. Em 1964, aposentou-se como jogador e deu início à sua carreira de treinador.
Como treinador de clubes – O Velho Lobo começou no Botafogo e não demorou para conquistar o bicampeonato carioca de 1967-68 e a Taça Brasil em 1968. Em 1971, conquistou o título carioca pelo Fluminense, justamente contra o Botafogo. No ano seguinte, assumiu o Flamengo de novo e conquistou o Campeonato Carioca de 1972.
Um dos momentos mais marcantes de trajetória de Zagallo como treinador de clubes foi a final do Carioca de 2001. O Velho Lobo comandava o Flamengo contra um timaço do Vasco. Enquanto Petkovic ajeitava a bola para aquela cobrança de falta histórica, Zagallo segurava a imagem de Santo Antônio e rezava. Pet manda na gaveta, e o Maracanã vem a baixo.
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