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Brigas de torcidas no domingo deixam São Paulo e Cruzeiro na mira do STJD

Paulo Schmitt deve apresentar denúncia contra os clubes. São-paulinos enfrentaram a PM no Morumbi. Cruzeirenses brigaram entre eles

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14/10/2013 às 07h29

O procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt,  deverá apresentar denúncias no decorrer desta semana contra São Paulo e Cruzeiro por conta de brigas de torcidas nos jogos da 28ª rodada do Brasileirão. O domingo de clássicos estaduais teve várias cenas de violência. No Morumbi, torcedores do São Paulo entraram em confronto com a PM no intervalo do jogo contra o Corinthians, que terminou em 0 a 0. Duas bombas explodiram entre os tricolores. No Independência, antes de Atlético-MG 1 x 0 Cruzeiro, torcedores do time azul brigaram entre si e foram detidos por policiais militares.

De acordo com o procurador, Tricolor e Raposa devem responder com base no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto. A pena é de multa de R$ 100 a R$ 100 mil. De acordo com o parágrafo 1º do artigo, se a desordem atrapalhar o andamento da partida, o clube da torcida que se envolveu em confusão pode perder mandos de campo.

– Tomaremos providências não só com relação ao jogo do São Paulo, mas também com o jogo entre Atlético e Cruzeiro. Além das imagens, aguardamos os relatórios (da arbitragem). Os clubes podem responder pela infração ao artigo 231 – disse.

Neste Brasileirão, o STJD já puniu Vasco e Corinthians com quatro jogos longe de seus estádios por conta de uma briga entre torcedores dos dois times na partida realizada no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O Atlético-PR também está na mira do Tribunal por causa de uma confusão que chegou a retardar o jogo contra o Coritiba, na semana passada.

Schmitt também respondeu ao presidente corintiano Mário Gobbi, que fez duas críticas ao Tribunal. Segundo Gobbi, há má vontade por parte do procurador com o Corinthians. Ele disse ainda que o STJD é "a casa da mãe Joana".

– Tomei conhecimento e lamento muito a declaração. É muita presunção e arrogância achar que estamos focando em um clube só. A preocupação desse presidente deveria ser com a prevenção de distúrbios causados por sua torcida. Não foi nenhum membro do Tribunal que viajou a Oruro e matou um garoto. Esse presidente deveria se preocupar com os reiterados casos de violência de seus torcedores, que fazem o clube ser punido constantemente, em vez de atacar o Tribunal.

Brigas dentro e fora do Morumbi

Segundo a Polícia Militar paulista, a briga no clássico do Morumbi começou quando são-paulinos tentaram lançar um explosivo contra os rivais e acertaram um PM, que ficou ferido. Ainda segundo a PM, os tricolores tentaram invadir o setor destinado aos rivais no Morumbi. Um são-paulino foi preso.

Depois do jogo, torcedores dos dois times entraram em confronto na Marginal Tietê. Um ônibus de uma torcida organizada do São Paulo foi destruído por corintianos.

Kalil diz que Cruzeiro deve perder mandos

No Independência, uma briga entre torcedores do Cruzeiro deu trabalho para os policiais antes do início da partida. Além disso, Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG, disse que duas bombas foram lançadas por cruzeirenses contra torcedores do seu clube. Além disso, os torcedores da Raposa cuspiram e atiraram vários objetos nos atleticanos durante a partida.

– O futebol tem que ter limite, e nós estamos passando do limite. Espero que o tribunal (Superior Tribunal de Justiça Desportiva, da CBF) veja o que aconteceu hoje, porque aqui quando tem jogo do Atlético-MG não acontece nada, mas quando vem esse visitante acontece. Jogaram duas bombas aqui em baixo, na minha frente, a ponto de cair no olho de uma criança e cegar uma pessoa. Isso vai ser denunciado, o Atlético-MG vai denunciar, porque nós temos que parar com isso no futebol – disse.

Corinthians e Vasco foram punidos com base no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de brigas entre torcedores e outros problemas no estádio. O texto diz o seguinte:

Art. 213. Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir:
I – desordens em sua praça de desporto;
II – invasão do campo ou local da disputa do evento desportivo;
III – lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo. PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais).
§ 1º Quando a desordem, invasão ou lançamento de objeto for de elevada gravidade ou causar prejuízo ao andamento do evento desportivo, a entidade de prática poderá ser punida com a perda do mando de campo de uma a dez partidas, provas ou equivalentes, quando participante da competição oficial.

GE

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