Libertadores pode ficar sem times paulistas após 15 anos seguidos
Com Corinthians e Santos oscilantes, São Paulo ameaçado de queda e Palmeiras na Série B, mata-mata pode virar salvação para clubes de SP
Nos últimos 15 anos, a Taça Libertadores viu os quatro grandes times paulistas levantarem seu cobiçado troféu e ainda disputarem outras quatro finais. Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo marcaram a história recente da principal competição sul-americana, sem falar no São Caetano, vice-campeão em 2002. Bons tempos do futebol paulista…
O atual cenário aponta grande probabilidade de a Libertadores não ter nenhuma equipe do estado em 2014. O Corinthians, campeão no ano passado, ainda é o mais próximo de conseguir uma vaga. No Campeonato Brasileiro, está a cinco pontos do Atlético-PR, que ocupa a quarta colocação, última da zona de classificação ao torneio continental. Mas também não está muito longe do grupo que luta contra o rebaixamento – são só seis pontos de distância para o Vasco.
Num ano em que os paulistas assumiram papel de coadjuvantes no maior campeonato do país, o mata-mata pode se tornar a salvação. Cruzeiro, Botafogo, Grêmio e Atlético-PR teriam a vaga se o Brasileiro terminasse agora.
O Timão ainda disputa a Copa do Brasil. Vai enfrentar o Grêmio nas quartas de final. São mais seis jogos no caminho do título, que dá a classificação para a Libertadores. Já o São Paulo, ameaçado de rebaixamento no Brasileiro, lutará pelo bicampeonato da Copa Sul-Americana.
Vencedor da última edição em final polêmica contra o Tigre, que durou apenas 45 minutos em razão de uma briga dos argentinos com seguranças no intervalo, o Tricolor inicia sua participação no torneio no próximo dia 26 contra a Universidad Católica, mesmo rival da semifinal em 2012.
A comissão técnica do São Paulo ainda não se pronunciou sobre planejamento para a Sul-Americana, cujo campeão também disputará a Libertadores. Com a vitória sobre o Vasco, no último domingo, a equipe deixou a zona de rebaixamento, mas tem a mesma pontuação do clube carioca, que entrou no Z-4. Se a situação não melhorar rapidamente, é provável que Muricy Ramalho concentre esforços no Brasileirão.
O Santos tem apenas uma chance, nos pontos corridos, já que caiu diante do Grêmio na Copa do Brasil. Mas foi prejudicado pela derrota de domingo diante do Botafogo, na Vila Belmiro. São sete pontos a menos do que o Atlético-PR, embora o Peixe ainda tenha uma partida a mais para ser disputada. Com o líder Cruzeiro já 18 pontos à frente, a classificação seria o único feito possível aos alvinegros praianos.
O Corinthians também perdeu em casa, para o Goiás, no fim de semana. Antes do jogo, o técnico Tite já havia dito que a realidade da equipe não permitia falar em luta pelo título nacional, apenas por vaga na Libertadores. E até isso está cada vez mais difícil.
– Preocupa muito porque queremos estar no G4, e não estamos conseguindo. Estamos nos distanciando da ponta da tabela – lamentou o volante Ralf.
O único grande já sem chances de estar na competição do ano que vem é o Palmeiras, que disputa a Série B do Brasileirão, e foi eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético-PR. A equipe participou da Libertadores neste ano justamente por ter conquistado a Copa do Brasil no ano passado, meses antes do traumático rebaixamento.
Foi justamente o Verdão quem abriu a supremacia paulista dos últimos anos ao levantar o troféu em 1999, na emocionante vitória nos pênaltis sobre o Deportivo Cáli, no Palestra Itália. A edição anterior, em 98, foi a última sem clubes de São Paulo. Naquela ocasião, o Cruzeiro entrou nas oitavas de final como campeão de 97 e se juntou a Vasco (campeão brasileiro) e Grêmio (vencedor da Copa do Brasil).
O Alviverde quase repetiu a dose no ano seguinte, mas perdeu a final para o Boca Juniors, que também venceria o Santos na decisão de 2003. A Libertadores voltou às mãos paulistas em 2005, quando o São Paulo bateu o Atlético-PR na primeira final brasileira da história e se tornou o primeiro tricampeão do país. O clube do Morumbi também disputou a final em 2006, mas perdeu para o Internacional, em nova decisão caseira.
Desde então, para evitar a soberania brasileira, a Conmebol alterou o regulamento para dificultar o encontro de dois times do mesmo país na final da competição.
Em 2011, o Santos comandado por Neymar bateu o tradicional Peñarol na final e se igualou ao São Paulo com três títulos. Já o Corinthians finalmente levantou a taça pela primeira vez em 2012, invicto, e com vitória sobre o gigantesco Boca no Pacaembu.
O número de participações na Libertadores já indica como os times paulistas se sobressaíram nesse período. De 1999 para cá, São Paulo e Corinthians estiveram em oito edições, enquanto Palmeiras e Santos disputaram sete vezes. São os recordistas do país, à frente de Cruzeiro e Grêmio, que se classificaram em seis oportunidades.
GE
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