Pechincha da janela: Kaká dá prejuízo a antigo clube
Contratados a peso de ouro, jogadores são liberados por baixo valor no último mercado de transferências e sofrem desvalorização
Em relação ao meia que deixou o Milan em 2009, Kaká retorna ao clube italiano mais experiente e também desvalorizado. Se antes o brasileiro foi para o Real Madrid por exorbitantes € 65 milhões (R$ 202 milhões na cotação atual), agora ele retorna à Itália de graça. Mas o jogador não é a única pechincha do mercado de transferências da Europa, encerrado na última segunda-feira.
Outros nomes importantes do futebol do Velho Continente deram prejuízo a seus ex-clubes. Um bom exemplo é o de David Villa, que, comprado por € 40 milhões (R$ 124 milhões) pelo Barcelona em 2010, o atacante acertou com o Atlético de Madri por € 5 milhões (R$ 15 milhões). Situação parecida é a vivida por Tevez, que chegou ao Manchester City por € 29 milhões (R$ 90 milhões) e foi embora para a Juventus por € 9 milhões (R$ 28 milhões). Por fim, há Samuel Eto’o, que deixou o Anzhi de graça para se juntar ao Chelsea, após custar € 27 milhões ao clube russo (R$ 84 milhões).
Em comum, Kaká, Eto’o, Villa e Tevez têm o fato de estar na reta final da carreira. O brasileiro tem 31 anos, mesma idade do espanhol, enquanto o argentino completa 30 anos em fevereiro do ano que vem. Naturalmente, os clubes já não veem capacidade de lucrar com o trio nas próximas temporadas.
Falta de espaço
Entretanto, este não é o único motivo para a desvalorização destes jogadores. Nos casos de Kaká e Villa, a falta de oportunidades nos antigos clubes teve peso. O atacante espanhol perdeu espaço após uma grave lesão na perna esquerda no fim de 2012 e não conseguiu recuperar o bom futebol, enquanto o meia brasileiro não conseguiu se firmar no Real Madrid e amargou a reserva por boa parte do tempo. Nem mesmo a chegada de Carlo Ancelotti, com quem trabalhou no Milan, mudou o panorama.
– Agora as coisas estão difíceis para mim na equipe, há menos espaço e é hora de ter uma maior sequência. O clube sabe o que desejo. É minha obrigação trabalhar e continuar treinando, mas meu pai já está trabalhando para ver se sai alguma coisa. Acho que é o melhor para mim e para o clube – disse Kaká após sua última partida pelo Real, na vitória por 4 a 0 sobre o Deportivo La Coruña.
Caprichos dos magnatas
O que dizer, porém, de Eto'o, craque e titular absoluto do Anzhi? Neste caso, o camaronês teve de lidar com os caprichos de um magnata. Dono do clube russo, Suleyman Kerimov decidiu vender todas as estrelas do elenco. O atacante, de 32 anos, não demorou para ter pretendentes e decidiu ir para o Chelsea, com a colaboração de seu antigo clube.
O caso de Tevez é diferente. Desde que chegou ao United, em 2007, o argentino não se adaptou à cidade de Manchester. Nem mesmo a ida para o City em 2009 mudou a situação. Em 2011, por exemplo, o atacante pediu para sair dos Citizens por não gostar do local onde vivia e estar longe da família.
– Não há nada para fazer em Manchester, e ainda falo muito mal o inglês. Quando terminar meu contrato, não volto a Manchester nem de férias – chegou a dizer o jogador.
Somada à dificuldade de adaptação, a queda de rendimento de Tevez na última temporada facilitou a saída do jogador. Ele anotou 11 gols em 34 jogos, mas ficou algumas partidas na reserva. Com o interesse do Juventus, o City não demorou muito para liberar o argentino.
Os Citizens, aliás, são “campeões” em levar prejuízo. Financiado pelo sheik Mansour bin Zayed, dos Emirados Árabes, o clube azul de Manchester se acostumou a pagar caro – às vezes mais do que necessário – para contar com nomes de qualidade duvidosa. Depois, o déficit é inevitável. Um exemplo é o zagueiro Kolo Touré, comprado por € 18 milhões (R$ 56 milhões) junto ao Arsenal em 2009 e liberado de graça em 2013 para o Liverpool.
Com isso, fica a dica para clubes em busca de jogadores de qualidade na próxima janela de transferências. Atletas perto dos 30 anos e pouco utilizados em grandes clubes – principalmente aqueles de propriedade de magnatas – podem sair por um valor bem abaixo do que um dia custaram. Resta saber se o nível do futebol será mantido.
GE
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