Em jogo emocionante até o fim, Vasco e Corinthians ficam no empate
Atacantes marcam os gols da partida, que termina 1 a 1 com dominio corintiano na primeira etapa e supremacia cruz-maltina na segunda
Domingo de futebol. Longe do Maracanã e de São Januário, o Vasco escolheu o Mané Garrincha, em Brasília, para mandar seu jogo contra o Corinthians. E quem foi ao estádio assistiu a uma grande partida, que teve no equilíbrio a palavra-chave. Melhor no primeiro tempo, o Timão abriu logo o placar e deu a impressão de que sairia com os três pontos. Mas a equipe cruz-maltina, modificada no segundo tempo, reagiu, empatou e esteve mais perto de vencer. No fim, houve chances para os dois lados. Só que a partida ficou no 1 a 1, gols dos atacantes Guerrero, para os paulistas, e André, para os cariocas.
Com o resultado, o Vasco se mantém na 11ª posição, agora com 20 pontos. O Corinthians, com 26, foi ultrapassado no G-4 pelo Atlético-PR, que derrotou o Botafogo por 2 a 0 e assume o quarto lugar, com 27 pontos ganhos. O Timão agora é o quinto. Como lado negativo, torcedores brigaram no intervalo do jogo, cujo público pagante, de 21.627, superou o de sábado, no jogo Flamengo x Grêmio, mas também decepcionou. A renda foi de R$ 2.070.800.
As duas equipes voltam a campo no próximo domingo, pela 17ª rodada do Brasileirão. Os cruz-maltinos vão ao Mineirão encarar o Cruzeiro. O Timão receberá no Pacaembu o Flamengo. Antes disso, Vasco e Corinthians farão o segundo jogo pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Os cariocas enfrentam o Nacional-AM na quinta, em São Januário, após a vitória fora de casa por 2 a 0. Os paulistas, também no Pacaembu, pegam o Luverdense, que venceu a primeira em casa por 1 a 0.
Na saída de campo, Juninho Pernambucano, um dos destaques do time cruz-maltino, lamentou o empate, para ele injusto, devido à pressão da equipe no segundo tempo.
– Não sei como não ganhamos o jogo. Há muito tempo é assim com o Vasco: quando joga mal, não dá nem para pensar em empatar. Quando joga bem, não leva sorte. Mas isso vai virar.
O lateral-esquerdo Fábio Santos mostrou-se satisfeito com o resultado para o Corinthians.
– É natural que eles viessem para cima, jogando dentro de casa. Mas começamos bem o jogo, no segundo tempo a equipe deles cresceu. Acabamos tomando um gol de contra-ataque, o que não é nosso estilo, mas temos que valorizar esse ponto fora de casa.
Gol de Guerrero
Difícil, muito difícil encontrar um time que não sinta baque ao tomar gol logo de cara. A festa das duas torcidas no Mané Garrincha – no começo tudo era paz – ainda acontecia quando o Corinthians surpreendeu o Vasco não apenas com o uniforme azul. Logo de cara, com uma marcação daquelas de tirar o fôlego e claro esquema de jogo explorando as pontas, precisou de apenas três minutos – quase quatro – para abrir o placar. Primeiro, Danilo já tinha feito bonita jogada individual, sem sequência. Em seguida, Edenilson centrou na medida. Douglas não alcançou a cabeçada, mas Guerrero entrou como uma flecha e, com a perna direta, mandou para as redes: 1 a 0.
Estava dado o recado. O Vasco precisava se recompor. Se Sheik dava passeio em Fágner pelo lado esquerdo do ataque corintiano, pela direita o jovem Yotun estava tonto diante do tripé Edenílson-Dougas-Danilo. E foi por ali também que saiu outra boa jogada. Centro perfeito para Douglas, dessa vez acertando a cabeçada, explodir o travessão, antes dos dez minutos.
A marcação cruz-maltina falhava muito, principalmente por aquele lado. O time só começou a respirar no jogo a partir dos 15 minutos. O meio-campo passou a brigar de igual para igual. Abuda e Wendel suavam para Pedro Ken e Juninho aparecerem. O camisa 10, após bela arrancada de Fágner, centrou da direita, mas sem olhar. André não alcançou. Depois, o Reizinho, com a costumeira inteligência, arrumou espaço pelo meio para bater com o bom e velho veneno. Cássio rebateu, e André, já impedido, mandou para fora.
Foi o combustível para o Vasco sair do sufoco. O garoto Marlone dava boas arrancadas, mas esbarrava na falta de companhia nas jogadas velozes. Àquela altura, o Corinthians perdera o predomínio na posse de bola, a ponto de o técnico Tite pedir a Ral e Ibson melhor posicionamento e a combatividade apresentada no começo. A bronca deu certo. A marcação adiantou, e o toque de bola na frente com Danilo, Sheik, Douglas e Guerrero conteve o ímpeto do Vasco. A partida ficou equilibrada. Se Juninho obrigou Cássio a uma boa saída para abafar o sufoco, no contra-ataque foi a vez de Diogo Silva, com o pé, isolar para o meio de campo a bola lançada para Edenílson. Foi o último suspiro de um bom primeiro tempo.
Reação vascaína
Após um intervalo em que torcedores corintianos e vascaínos brigaram nas arquibancadas do Mané Garrincha, o Vasco voltou com uma mexida de Dorival Jr. Wendel deu vez a Willie. A entrada do veloz garoto pela direita deu a pista de que a equipe cruz-maltina entraria com tudo. E foi o que aconteceu. Regida sempre por Juninho. Na primeira chance, aos seis minutos, o Reizinho rolou na medida para Willie, ele mesmo, tocar por cima de Cássio, mas a bola cobriu o travessão. Mas na segunda, não houve erro: o meio-campo do Corinthians se complicou, a bola sobrou para o camisa 8, que, caído, serviu André, para bater sem defesa e empatar a partida, aos 9 minutos. Foi o sétimo gol do camisa 9 vascaíno no campeonato.
A essa altura, o Vasco já dominava a partida e merecia até a vitória.
E quase virou com o eficiente Marlone, que bateu com perigo, rente à trave. A pressão vascaína obrigou Tite a mexer no Timão. Danilo, pendurado com cartão e entrando duro nas jogadas, saiu por precaução para a entrada de Romarinho. Mas o problema maior já era na defesa. Gil e Paulo André já não eram soberanos. Perdiam até para Rafael Vaz, que aparecia bem no ataque, quando quase serviu André, já preparado para bater. Douglas, recuado, salvou o que poderia ser o segundo gol.
O Corinthians se arrastava em campo quando Dorival trocou André por Tenorio, na tentativa de decidir. O Corinthians deu pequena acordada ao desperdiçar boa chance numa tabelinha de Guerrero com Romarinho, que bateu fraco. Logo em seguida, Marlone deu o troco, mostrando que o Vasco seguia aceso. Tite tirou Emerson Sheik, cansado, e pôs Alexandre Pato. O Timão tentava acordar. Marlone perdeu a chance da vitória para o Vasco, e, no fim, Pato obrigou Diogo Silva a grande defesa. Ainda na sequência, a zaga do Vasco protagonizou trapalhada, iniciada por Yotun. Mas o jogo ficou no empate, e o espetáculo não saiu arranhado, apesar da briga nas aquibancadas e, depois, na invasão de campo de um torcedor após o apito final.
GE
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