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Fred expulso e Juninho brilhante moldam torcidas de Flu e Vasco

A casa nova ainda precisa de adaptações, mas os torcedores acostumados com o que se conhecia do Maracanã trataram de reviver o clima do estádio neste domingo, na vitória do Vasco por 3 a 1 sobre o Fluminense. Foi o primeiro jogo entre clubes disputado no palco reformado para a Copa do Mundo de 2014 […]

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22/07/2013 às 09h23

A casa nova ainda precisa de adaptações, mas os torcedores acostumados com o que se conhecia do Maracanã trataram de reviver o clima do estádio neste domingo, na vitória do Vasco por 3 a 1 sobre o Fluminense. Foi o primeiro jogo entre clubes disputado no palco reformado para a Copa do Mundo de 2014 e que estava fechado desde 2010.

Antes mesmo de a bola rolar, as torcidas mostraram que o novo estádio ainda apresenta qualidades do antigo. A acústica permitiu que as músicas tradicionais de Fluminense e Vasco ecoassem e fossem ouvidas em todos os setores do novo Maracanã, como o próprio consórcio administrador prefere chamá-lo.

Os tricolores exibiram o mosaico com a expressão "É o destino", usada em uma antiga canção para debochar dos vascaínos. Os gritos de "O Maraca é nosso", referentes ao fato de ter sido o primeiro clube a assinar contrato com o consórcio, vieram em seguida.

Do lado vascaíno, a reestreia de Juninho se transformou em alento para a má fase. Ao contrário do que as declarações do presidente Roberto Dinamite sugeriam, a torcida compareceu para apoiar o time, que estava na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.

O único porém relacionado à presença dos torcedores foi o vazio nos setores inferiores centrais, com ingressos que custavam R$ 250 e R$ 300. O consórcio alegou que a carga colocada à venda foi menor por se tratar do primeiro clássico depois da reabertura do estádio. No total, foram 34.634 pagantes e mais de 12 mil não pagantes.

Com a bola rolando, a torcida do Fluminense se apresentou mais confiante e o time ajudou no começo, dominando as ações. No entanto, aos 16 minutos, o primeiro ato da mudança de comportamento no Maracanã: gol de Juninho Pernambucano e Vasco 1 a 0.

Pouco depois, a maior esperança tricolor sucumbiria no palco onde fez história com a seleção brasileira. Uma agressão ao zagueiro Jomar, aos 24 minutos, custou a expulsão de Fred bem perto da área em que o atacante marcou um dos gols do Brasil na vitória por 3 a 0 sobre a Espanha. Silêncio do lado tricolor do Maracanã.

Naquele momento, o Reizinho era o dono do jogo. Logo ele, que havia deixado seus súditos órfãos no início deste ano ao se transferir para o New York RB, tornou nobre a noite do Vasco.

Tratados como visitantes e obrigados a trocar de lado em um estádio no qual se acostumaram a ficar à direita das cabines, os vascaínos viram na voz de seu ídolo a resposta.

– Aqui é o nosso lado – disse Juninho na comemoração do gol. – O Vasco é o primeiro campeão da era Maracanã e é uma questão de ter respeito – emendou na saída de campo.

No intervalo, um festival de saias justas. O locutor do estádio em momento algum conseguiu interagir com as torcidas. Músicas cantadas por Anitta e Naldo foram vaiadas. A torcida do Fluminense começou a cantar o nome do clube em resposta para abafar o som e xingou a Suderj, antiga responsável pela administração do estádio. Naldo é torcedor do Flamengo. Já a música mais famosa de Anitta foi usada recentemente em montagens de vídeos na internet para provocar os tricolores.

Na volta para o jogo, no entanto, a torcida do Fluminense novamente se calou. Mais uma vez com a participação de Juninho, responsável por um passe perfeito para André fazer o segundo gol do Vasco, com apenas um minuto jogado no segundo tempo.

Explodiu a arquibancada no novo lado vascaíno, com o grito de "É o destino" em resposta ao mosaico feito pela torcida do Fluminense. Enquanto do outro, vaias seguidas para o volante Edinho, que falhou nos lances dos dois gols.

Mas o Fluminense não desistiu. O time reagiu com o gol de Carlinhos, aos 11, despertando na arquibancada o grito de guerreiros, tradicional nas reações tricolores desde o Campeonato Brasileiro de 2009.

Edinho saiu de campo vaiado e a torcida do Fluminense continuou demonstrando sua irritação com o árbitro Marcelo de Lima Henrique. Do outro lado, o contraste com Juninho saindo de campo aplaudido quase ao mesmo tempo.

A torcida do Fluminense pediu pela benção de João de Deus em tempos de Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, mas sofreu a gota d'água com mais um pecado aos 29 minutos, quando Digão, último homem da defesa, fez falta em André. O zagueiro levou o segundo amarelo, foi expulso, e o time ficou com dois a menos. Aos 37, Tenório acabou com qualquer chance de reação e fez o terceiro do Vasco.

A festa ficou por conta dos vascaínos, que terminaram gritando "O Maraca é nosso" e vendo os tricolores deixaram o estádio mais cedo. Embalado pela consagrada música cantada por Neguinho da Beija-Flor e os gritos de olé, o Vasco venceu o Fluminense e o estádio voltou a ter a mística dos clássicos cariocas.

GE

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