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Paraibano Douglas Santos fala sobre convocação à Seleção Brasileira de Futebol

Com apenas 19 anos, o lateral-esquerdo Douglas Santos foi convocado nesta terça-feira pela primeira vez para o time principal da Seleção Brasileira. De origem humilde em João Pessoa, ele relembra o início difícil, ainda nos campinhos de terra da capital paraibana, e se emociona quando fala em vestir a camisa amarelinha pela primeira vez, mesmo […]

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04/04/2013 às 07h56

Com apenas 19 anos, o lateral-esquerdo Douglas Santos foi convocado nesta terça-feira pela primeira vez para o time principal da Seleção Brasileira. De origem humilde em João Pessoa, ele relembra o início difícil, ainda nos campinhos de terra da capital paraibana, e se emociona quando fala em vestir a camisa amarelinha pela primeira vez, mesmo depois de já ter sido chamado para a equipe Sub-20.

O paraibano lembra inclusive do tempo em que "construiu" um campo de futebol improvisado e montou seu próprio time. Apenas para manter vivo o sonho de ser jogador de futebol.

Desde criança, Douglas já sonhava em ser um atleta profissional. Ele deu o pontapé inicial ainda cedo, aos 10 anos. Durante o ensino fundamental, nos tempos de colégio, Douglas fez parte de algumas equipes de futsal, jogando várias competições por clubes amadores da capital paraibana, a exemplo do Benfica e do Estrela do Mar.

Mas o maior sonho era atuar nos gramados. E de um jeito simples foi atrás de conseguir isto. Ao lado dos amigos, decidiu fazer um ‘campinho’ em um terreno baldio próximo de casa. E sem se contentar apenas com as peladas no bairro do Altiplano, em João Pessoa, os garotos decidiram formar um time apenas para disputar um amistoso contra a Escolinha do Flamengo em João Pessoa. Isto aconteceu em 2011 e foi ali que sua vida começou a mudar.

– A gente não disputava nenhum campeonato. Mas depois de algum tempo começamos a tomar mais gosto pelo futebol e decidimos formar uma equipe. Fomos disputar uma competição na Escolinha do Flamengo. E fui convidado para ficar treinando lá.
Nesta época, muitas vezes, ele não tinha dinheiro para ir treinar. Mesmo assim, Douglas nunca desistiu por conta dos incentivos do pai.

– Algumas vezes o meu pai não tinha o valor da passagem para me dar e eu tinha que ir pedir para a minha avó. E ela me dava. Desde o começo, a minha vida foi muito sofrida e hoje graças a Deus estou trabalhando forte em busca dos meus objetivos para um dia dar uma boa sustentação para eles – revela o jogador, que já atuou como volante e meia antes de se firmar na lateral-esquerda.

Poucos meses depois, Douglas fez uma peneira no Náutico e passou. Foi ali onde tudo começou. Em menos de um ano, ele se firmou como titular do time pernambucano e virou um dos destaques do Náutico no Brasileirão de 2012.

– Consegui subir para o profissional do Náutico ainda em 2011. Em 2012, joguei o Campeonato Pernambucano. No mesmo ano disputei o Brasileirão e surgiu a oportunidade de me firmar no time titular – emendou.

Para alcançar todas essas conquistas, o maior protagonista é o pai de Douglas – seu Marcos. E o jogador garante que será eternamente agradecido a toda a família pelas conquistas na carreira até agora.

– Agradeço muito aos meus familiares. Eles me deram o suporte que eu precisava para tentar ser jogador. Vejo por aí que muitos pais não deixam os seus filhos se mudarem para outra cidade, como foi o meu caso, justamente para não viver em outro mundo sozinho. Mas ainda bem que eu fui feliz e alcancei o meu objetivo.

Tanto o atleta do Náutico, quanto o pai dele, não acreditaram na convocação. Seu Marcos estava fazendo alguns serviços dentro de casa e ouviu o nome do filho ser anunciado pelo narrador Galvão Bueno, da TV Globo, durante a transmissão da partida entre PSG e Barcelona, pela Liga dos Campeões da Europa.

– Meu pai me contou que estava ajeitando uma grade na minha casa e escutou Galvão falando o meu nome, e que eu tinha sido convocado para a seleção brasileira. Ele estava gravando o jogo e teve que voltar a fita para escutar de novo a convocação. Só assim ele passou a acreditar no que estava ouvindo e pôde conferir que era verdade mesmo. Nem ele nem eu imaginávamos que isso poderia acontecer. Isso foi uma coisa única na minha vida. Um sonho que todo garoto quer realizar. Estou muito emocionado.

A vida do jogador, contudo, exige alguns sacrificios. Ele vive longe da família e com a rotina agitada nem sempre consegue visitar o pai, a mãe, e o resto da família.

– Sempre que eu posso tento ver minha família. Mas é muito raro. Às vezes tenho dois dias de folga, e como Recife fica perto de João Pessoa aproveito para encontrar todo mundo. Bate aquela saudade.

Douglas tem o apoio de toda a família, que durante muitos anos se desdobrou para dar a ele as condições ideais para jogar futebol. O avô Gutemberg Justino relembra deste período com emoção e comemora agora os louros alcançados.

– É um momento maravilhoso na vida dele. Espero e torço que ele melhore cada vez mais. Jogar na Seleção foi algo que ele sempre buscou e agora vai poder viver este momento.

Sonho de jogar na Europa

Mesmo atuando pelo Náutico, e agora convocado para a Seleção Brasileira, o garoto não escondeu a vontade de um dia jogar no futebol europeu e vestir a camisa dos dois maiores times da Espanha.

– Acho que todos têm o sonho de vestir a camisa do Barcelona ou do Real Madrid. E o meu não é diferente. Mas também já pensei em jogar em um time como o São Paulo, Grêmio ou Flamengo.

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