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Em almoço, Sheik é só alegria em comemoração ao título

Emerson Sheik não almoçava no Brasil há 15 dias. E depois da vitoriosa passagem pelo Japão, onde ajudou o Corinthians a conquistar o título mundial

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20/12/2012 às 14h21

Emerson Sheik não almoçava no Brasil há 15 dias. E depois da vitoriosa passagem pelo Japão, onde ajudou o Corinthians a conquistar o título mundial, o atacante aceitou o convite do GLOBOESPORTE.COM para saborear uma deliciosa comida… japonesa! Não houve falta de bom senso da reportagem. Durante todo o tempo em que a delegação do Timão esteve no país asiático, a comida foi exatamente a mesma do resto do ano, levada pela comissão técnica do clube. Arroz, macarrão… Sheik não passou nem perto de um sashimi, sua iguaria preferida. E estava com saudade.
– Cara, o que você colocar na mesa eu vou comer porque estou com muita fome – disse ao garçom.

No intervalo entre as participações no "Globo Esporte" e no "Altas Horas", na quarta-feira, Emerson foi a um restaurante japonês no bairro do Morumbi. De óculos escuros durante boa parte do tempo para esconder a cara de sono, fruto da longa viagem desde o Japão, do fuso horário e da ida ao show do cantor Thiaguinho, na noite de terça. Um show que o atacante não conseguiu ver.

Tudo porque decidiu sair do camarote para tomar um ar e ir ao banheiro. Não voltou mais. Ficou uma hora e quinze minutos tirando fotos e dando autógrafos. Emerson tem uma paciência incrível. Atende a todos e faz o maior esforço possível para ser agradável. Não demonstra, mas se irrita muito quando a abordagem não é educada. Ou puxam seu braço, ou gritam "olha pra cá!".
– Pô, pensam que sou o Mickey?! – indagou.

No restaurante, o campeão do mundo também sofreu. Atraiu outros frequentadores do local, garçons, manobristas e gente que se aglomerou na empresa do outro lado da rua e atravessou para tentar uma foto com o ídolo. Um rapaz chamado Junior chegou um pouco tarde e encontrou a porta trancada. Nada de voltar para o trabalho. Sacou a câmera e começou a registrar a refeição de Sheik. Quando conseguiu entrar, disse que estava em horário de trabalho, mas mesmo assim colocaria a foto nas redes sociais.

– Vou dizer que estava num pagode com o Sheik – disparou o jovem, retrucado imediatamente pelo atacante, às gargalhadas.
– Num pagode? Não pode ser na igreja? Não é melhor falar a verdade (risos)?

A refeição foi interrompida em mais dois momentos. No primeiro, Rafael, dono do restaurante, apenas cumprimentou o cliente e o parabenizou pelo título mundial e pela ótima temporada, apesar de ser são-paulino. Como não poderia deixar de ser, teve de ouvir uma leve provocação do jogador, que agradeceu o atendimento.
– Ainda dá tempo de mudar, hein? Eu fui esperto e saí logo – disse em alusão à sua passagem pelo Tricolor, clube em que estreou como profissional, em 1999.

Depois, numa inusitada ligação que recebeu em seu celular. Nem tanto por quem ligava, aparentemente um amigo, mas muito mais pela foto que apareceu no aparelho quando ele tocou: a de Cuta, sua macaca de estimação. "Oi, Cuta!", disse ao atender. Mais um momento de risadas na mesa.

As duas horas em que passou no local retrataram a idolatria dos corintianos pelo jogador, e seu bom humor ácido. Inteligente, extrovertido, ele ainda arriscou bancar o "sushiman", mas não teve sucesso. Os seis anos em que morou no Japão não serviram para ele aprender a preparar um sashimi. Em compensação, o idioma ele aprendeu, tanto que surpreendeu a ministra japonesa no pódio do estádio de Yokohama, após a vitória sobre o Chelsea.

– Ela disse que eu falava muito bem japonês, e realmente minha pronúncia é muito boa.

A maratona de fotos e autógrafos que Emerson encara desde a chegada ao Brasil deve ter uma interrupção nos próximos dias, quando ele for para sua casa em Angra dos Reis. Seu retiro de paz e sossego. Apesar do jeitão polêmico, ele jura que curte demais seus momentos de solidão em casa. Ou melhor, acompanhado de Cuta.

– Ligo a televisão e viajo. Adoro o sofá, os sofás de casa eu faço questão de escolher. É onde fico a maior parte do tempo. Parece que sou o cara mais porra louca do mundo, mas adoro ficar em casa sozinho. E faço umas besteirinhas também (risos).

Toda a fome de Sheik foi saciada rapidamente. Ele come pouco, logo estava satisfeito. O saquê oferecido pelo garçom também ficou para trás, trocado por um refrigerante. Nas férias, ele certamente vai tomar cerveja, sem excessos (ele garante!), e repousar antes da reapresentação, no dia 14 de janeiro.

E que Emerson a torcida pode esperar para 2013? O mesmo de sempre.

– O mínimo que o atleta tem de fazer em campo é correr, se dedicar e se esforçar. Não é obrigado a fazer dez gols, isso não está no contrato, nem sempre ganha, mas dedicação e entrega não pode faltar. Estou num clube que me paga em dia, e ganho bem para fazer o que gosto. Qualquer torcedor gosta de ver que o cara está comprometido com o trabalho.

Globo Esporte
 

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