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Loco Abreu perde pênalti decisivo, e Fluminense vai à final contra o Vasco

Jogo muito equilibrado termina 1 a 1, e Diego Cavalieri se torna heroi, defendendo duas cobranças e mantendo o Tricolor vivo na Taça GB

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23/02/2012 às 23h32

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Em outra semifinal de muita emoção, no Engenhão, o Fluminense superou o Botafogo apenas nos pênaltis e fará a final da Taça Guanabara contra o Vasco, domingo, no mesmo palco. Coube ao ídolo alvinegro Loco Abreu o papel de vilão, após empate em 1 a 1 no tempo normal. O uruguaio, a exemplo de Lucas, parou nas mãos de Diego Cavalieri na última cobrança e a disputa acabou 4 a 3. Os gols do Clássico Vovô, muito equilibrado, foram de Elkeson e Leandro Euzébio.

O resultado não acaba com o jejum de vitórias do clube das Laranjeiras, mas pelo menos deixa para trás a marca de empacar nas semifinais. Nas últimas quatro vezes, não passou em nenhuma delas. Já o Alvinegro, único grande carioca fora da Libertadores, amarga sua segunda Taça Guanabara direta sem êxito e terá de correr atrás do prejuízo no segundo turno.

Equilíbrio e muitos erros

Com esquemas semelhantes, era de se esperar que as jogadas já não fossem muito distintas. O primeiro tempo se baseou em velocidade pelas pontas, quase sempre terminando em cruzamento. A bola aérea, no entanto, não estava nada afiada em ambos os lados. Isso se deveu, claro, ao desempenho apagado das duas estrelas ofensivas: Fred, vigiado de perto por Antônio Carlos, e Loco Abreu, sumidão, mas que eventualmente via Leandro Euzébio como sombra.

O ritmo do clássico foi frenético e pegado no começo, mas, diferententemente, da semifinal de quarta-feira, entre Vasco e Flamengo, a qualidade técnica decepcionou. O erro no último passe prevaleceu e brecava a empolgação. Participativos, Elkeson e Thiago Neves armaram boas tentativas, com dribles importantes no meio, mas não conseguiram dar sequência nas tabelas.

Até as armas recentes de Oswaldo de Oliveira e Abel Braga, Herrera e Wellington Nem, também falharam. A dupla, bem marcada, quando tocou na bola, acertou pouco. Do lado do Botafogo, a marcação era frouxa até a intermediária. Os tricolores, por sua vez, optaram por uma pressão maior. E, pouco a pouco, quem contribuiu para a cadência do jogo foi a arbitragem de Péricles Bassols, que apontou falta em qualquer contato, irritando ainda mais os já nervosos times.

No geral, Jefferson teve mais trabalho do que Diego Cavalieri na etapa inicial. Em sequência, duas das bolas mais perigosas pararam nas mãos dos goleiros. Primeiro, Elkeson, aos 12, bateu com efeito e viu a chance ser espalmada para o alto. Depois, Fred e Deco esbarram no camisa 1 do Glorioso, em arremates de dentro da área – a segunda defesa foi de pura coragem.

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Gols incendeiam

O equilíbrio era marcante e só perdia para a falta de capricho. Mesmo antes do intervalo, o duelo já tinha cheiro de disputa de pênaltis. Parecia que seria preciso um erro fatal ou uma mudança efetiva. Nada disso acontecia, porém. Precavidos, os treinadores pagaram para ver e mantiveram o "espelho": um time parecia a imagem refletida do outro, até nas características dos jogadores.

O Flu, ainda assim, voltou mais aceso e mostrava que poderia dominar. Foi capaz de acuar o Botafogo e criar três oportunidades em 15 minutos. A melhor delas em cabeçada certeira de Thiago Neves, que Jeffeson praticou belíssima defesa, aos 13. A insistência no jogo aéreo tinha Fred como alvo, mas Antônio Carlos seguia soberano nesta briga. Os tricolores reclamaram de pênalti em um lance polêmico, já que Nem foi levemente tocado por Márcio Azevedo.

Passada a parada técnica, nada de substituições. Os torcedores começavam a inflamar as equipes da arquibancada e ansiavam por uma jogadinha individual correta que fosse. Abel, então, pôs Araújo em campo. Antes que pudesse ter resultado, o alvinegro Lucas lançou Herrera, o sistema defensivo fez linha de impedimento, e o argentino deixou Elkeson livre para escorar e abrir o placar para o Botafogo, aos 28 minutos.

A movimentação mexeu com o jogo, que não parou mais nos minutos posteriores. O Fluminense não se abateu e foi de Rafael Moura no lugar do lateral Bruno. O empate amadurecia, até que, também numa linha que Azevedo não acompanhou, Leandro Euzébio recebeu na área, aos 34, e só escolheu o canto para balançar as redes e igualar tudo de novo.

O panorama, assim, tornou a mudar: Oswaldo de Oliveira desfez a troca, e mandou Caio a campo na vaga do volante Marcelo Mattos, atendendo aos gritos da galera. O lá e cá continuou, a semifinal crescia em emoção. O Botafogo assustou em jogada ensaiada, mas nada feito. Chances claras, mesmo, não aconteceram, e os goleiros seguraram a onda quando exigidos, acalmando os companheiros.

Não teve jeito. Péricles Bassols deu três de acréscimos, mas com 47 minutos encerrou a partida, jogando para a marca da cal a definição do adversário do Vasco no domingo.  

A lista de batedores dos técnicos indicava o atacante Loco Abreu e o zagueiro Anderson para fechar. O Flu venceu o cara e coroa para começar. Fred marcou; na sequência, Andrezinho também fez o seu; Jean destoou e bateu muito mal, para a defesa de Jefferson; Herrera deu sua pancada tradicional e empatou; Thiago Neves também fez; Lucas desperdiçou; Renato e Rafael Moura anotaram os seus; e, no fim, Loco Abreu, logo o ídolo, parou em Cavalieri.

GLOBO ESPORTE

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