Brasil fica no zero em revanche contra Holanda e goianos protestam: "timinho"
Mano Menezes ainda não viu seu time ganhar de ninguém importante no cenário mundial, além de ter ouvido o Serra Dourada, com 36 mil torcedores, chamá-lo, em coro, de timinho
A seleção de Mano Menezes segue sem vitórias contra adversários do primeiro escalão do futebol internacional. Neste sábado, na partida que marcava a revanche da última Copa do Mundo, o Brasil ficou no 0 a 0 com a Holanda no estádio Serra Dourada, em Goiânia, em atuação de pouca criatividade que expôs a falta de conjunto do time em reta final de preparação para a Copa América.
Na expectativa por um espetáculo de Neymar, Robinho e companhia, a torcida goiana se mostrou impaciente com as dificuldades em campo e acabou frustrada. Por isso, as vaias marcaram o primeiro contato da seleção brasileira com o público do país desde que o técnico Mano Menezes assumiu o comando, no ano passado. "Eiro, eiro, eiro, devolve meu dinheiro", protestaram os torcedores. "Timinho, timinho", gritaram outros.
No primeiro tempo, a aposta de Mano no trio ofensivo com Robinho, Neymar e Fred não surtiu resultado. Os três não conseguiram boas ações coletivas no embate com a marcação. No meio, Ramires abusava da vontade e chegou a ser violento em alguns lances. Do lado contrário, a Holanda conseguia fazer valer o seu conjunto, responsável pela campanha de 100% de aproveitamento nas eliminatórias da Eurocopa.
Sem Sneijder, carrasco brasileiro na última Copa, coube a Affelay, do Barcelona, infernizar a marcação brasileira, protagonizando a maioria das tabelas de ataque dos visitantes. Robben abusou da individualidade e prejudicou alguns lances de contra-golpe.
Como o meio-campo liderado por Elano não conseguia inventar alternativas para furar a marcação holandesa, a torcida pediu a entrada do são-paulino Lucas ao fim da etapa inicial.
Cutucada pela torcida, a seleção voltou melhor no segundo tempo e em poucos minutos ameaçou a meta rival em mais de uma vez, sempre com Neymar envolvido. Mas a repetição de chances perdidas começava a irritar a torcida.
Somente a entrada de Lucas na vaga de Elano fez o público goiano jogar de novo ao lado da equipe. No entanto, animado com a chance, o são-paulino optou pela individualidade e pouco colaborou para a seleção, que ainda perdeu Ramires expulso no fim e completou 90 minutos de jogo em branco.
Desta forma, a seleção de Mano, que já havia perdido confrontos recentes contra Argentina e França, continua sem nenhuma vitória de expressão contra rivais da elite, pelo menos entre aqueles integrantes dos 20 primeiros colocados habituais do ranking da Fifa.
Após o empate sem gols com a Holanda, o Brasil volta a campo na terça-feira, para enfrentar a Romênia em São Paulo, no último teste antes da Copa América, em compromisso que também servirá para marcar a despedida oficial de Ronaldo dos campos. Imediatamente depois deste amistoso, o técnico Mano Menezes divulgará a lista de convocados para o torneio na Argentina.
O QUE MARCOU O JOGO
CONFIRA OS PRINCIPAIS LANCES DA PARTIDA
Seleção ou timinho? Por Juca Kfouri às 18:06
Se você for brasileiro, esqueça o primeiro tempo de Brasil x Holanda no belo e apinhado Serra Dourada.
Tanto que o melhor brasileiro em campo foi o goleiro Júlio César.
Prova de que mesmo com menos tempo de posse de bola, a Holanda foi mais incisiva com o menino Afellay quase marcando duas vezes.
E olhe que a Holanda em fim de temporada, como Elano, queria mais que a vida acabasse num barranco, tamanho o calor em Goiânia.
Mano Menezes que desculpe mas um meio de campo com Lucas, Ramires, Elano e Robinho equivale a criatividade que beira zero.
Para o segundo tempo não houve mudança em nenhum dos times e com 40 segundos Elano pôs Neymar na cara do gol, dando ao goleiro Krul sua primeira oportunidade para fazer ótima defesa.
Já não tinha sol e a Seleção Brasileira voltou melhor, porque também ela tinha oito jogadores à beira de entrar em férias.
Mas a massa pedia Lucas, o garoto do São Paulo.
Em 10 minutos, os brasileiros criaram mais do que em todo o primeiro tempo.
Neymar começou a aparecer com todo seu veneno, mas Fred seguia escondido.
Só aos 17, depois de ver o Brasil criar um sem-número de chances de gol, a Holanda ameaçou, com Robben chutando nas nuvens.
Aos 18 começaram as substituições.
Os holandeses trocaram três de uma vez só e Lucas e Sandro entraram no lugar de Elano e Lucas.
Aos 23 o Brasil já merecia estar na frente.
A Holanda, vice-campeã mundial, era ficção e o Brasil tinha alguma fantasia.
Elias no lugar de Robinho, Leandro Damião no de Fred, mais um holandês em campo, aquilo de sempre em amistosos, aos 28.
Aos 33, Ramires, que cabecinha!, achou de pegar Robben e como já tinha amarelo levou o vermelho.
Aos 38, Adriano no lugar de André Santos.
Mas o zero ficou no placar.
E Mano Menezes ainda não viu seu time ganhar de ninguém importante no cenário mundial, além de ter ouvido o Serra Dourada, com 36 mil torcedores, chamá-lo, em coro, de timinho.
Não sem alguma razão.
UOL
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